10/04/2020 - INFLAÇÃO CONTINUA MAIOR PARA POBRES
Dizer que a inflação continua maior para pobres não tem
novidade. Mas que é de forma cruel, sim. Os preços dos alimentos dispararam em
março, subindo o seu grupo no Índice Geral de Preços por Atacado (IPCA) 1,13%,
conforme divulgou ontem o IBGE, perante 0,11% em fevereiro. Os preços dos
alimentos cresceram 0,22% em fevereiro e 1,40% em março. Isso ocorrendo no momento
em que as famílias são afetadas pelas restrições de combate ao coronavírus e as
famílias mais pobres são as que sentem mais. As maiores altas no País foram de
20,39% para a cenoura, de 20,31% para a cebola, de 15,75% para o tomate, de
8,15a 6% para a batata inglesa e de 4,67% para o ovo. O IPCA foi puxado para
baixo pela queda dos preços dos combustíveis e das passagens aéreas. Dessa
forma, o IPCA foi de 0,07%, perante 0,25% de fevereiro, sendo o menor há 26
anos para o mês de março, desde o Plano Real.
A Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS) jogou a
culpa da elevação dos alimentos nos fornecedores, dizendo que foram
injustificadas as suas elevações de preços. “Conversa para boi dormir”. Quando
a recomposição de estoques vier nas prateleiras virão com preços mais altos,
visto que os preços do trigo subiram por efeito da elevada variação do dólar, o
feijão já acumula alta de mais de 30% e o arroz de cerca de 8%, nos últimos
trinta dias, disseram representantes da ABRAS.
Quer dizer, o governo continua apresentando uma taxa de
inflação anual baixa, por volta de 3%. Mas, os preços dos alimentos básicos
detonam e os pobres, via de regra, são os mais afetados.
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