08/04/2020 - RENEGOCIAÇÕES BANCÁRIAS A R$200 BILHÕES
Há oito semanas consecutivas que a pesquisa semanal do Banco
Central, publicado como informativo Focus, apresenta a mediana de cerca de 100 instituições
financeiras com previsões do PIB, as quais vêm recuando de forma célere. Da
faixa positiva de 2% anuais, veio caindo para a fase recessiva. Por exemplo, a
estimativa da semana passada fora de – 0,48%. Nesta semana está em – 1,18% do
PIB. O mercado financeiro estima cada vez queda maior da economia para 2020,
por influência da pandemia do coronavírus. Em cenário mais negativo, dentre os cinco
que realizou o Banco Santander crê em – 6% do PIB e o Banco Itaú, em seu pior
cenário está estimando em – 6,4% do PIB.
Os cinco maiores bancos brasileiros, a saber, Banco do
Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú e Santander, processaram mais de 2 milhões de
pedidos de renegociação de dívidas, em valor estimado acima de R$200 bilhões,
segundo levantamento parcial da Febraban. Referidos bancos conferiram carência
de dois a três meses no vencimento de parcelas em várias linhas de crédito,
como crédito pessoal, financiamento imobiliário, crédito com garantia de
imóveis, crédito para aquisições de veículos e para capital de giro. Contudo,
pessoas físicas e jurídicas têm reclamado da falta de acesso a essas
instituições, da cobrança de juros referentes aos períodos de prorrogação e das
dificuldades de contato com os bancos. Mas, não é isso que diz a Febraban: “Os
bancos estão totalmente sensibilizados com a necessidade de os recursos
chegarem rapidamente na ponta e continuarão agindo como foco para que o crédito
seja dado nas mãos das pessoas físicas e das empresas. Entendemos a ansiedade
de diversos setores, mas é preciso compreender que esse é um processo gradual e
complexo, que demanda diversas providências e, em muitos casos, envolvem
mudanças regulatórias, a exemplo da linha de liquidez do Banco Central para a
compra de Letra Financeira Garantida e a liberação dos compulsórios (depósitos que
os bancos são obrigados a deixar no Banco Central)”. Para a Febraban, diferente
do que ocorreu em 2008, desta vez, não há “empoçamento da liquidez” (falta de
dinheiro em circulação), porém, de que está havendo aumento substancial de
recursos líquidos.
Os dados recessivos continuam a serem publicados. Desta vez
foi Anfavea que informou ter as vendas
de veículos novos caído 21,8%, em março, perante igual mês de 2019. Foram
vendidas 163,3 mil unidades, nos segmentos de automóveis, comerciais, caminhões
e ônibus.
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