17/04/2020  - INCERTEZAS SÃO RECORDES




No Brasil acontecem diariamente recordes de toda sorte. Por exemplo, o indicador de Incerteza da Economia, medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), teve alta de 44,5 pontos, na prévia de abril deste ano e chegou a 211,6 pontos. Esse é o maior nível da série histórica. O recorde anterior tinha sido registrado em 136,8 pontos, em setembro de 2015, conforme a FGV. Por seu turno, no indicador em referência, o componente de mídia, baseado na freqüência de notícias com menção à incerteza na imprensa, subiu 35,5 pontos e atingiu o recorde de 96,5 pontos. Já o componente de expectativa subiu 62,6 pontos e alcançou 226,1 pontos na citada prévia.

No conjunto de incertezas da economia, tanto internas como externas, quanto à evolução da pandemia do covid-19, o dólar comercial foi elevado pelo quarto dia consecutivo e fechou na maior alta em dez dias. A divisa encerrou ontem vendida a R$5,256. Este foi o maior valor consignado desde 6 de abril, quando a cotação tinha fechado em R$5,292. A cotação da moeda operou em alta durante o dia. Na máxima chegou a R$5,27. A moeda acumula alta de 31% em 2020. Por seu turno a bolsa de valores brasileira recuou 1,29%, aos 77,8 mil pontos, descolando-se da bolsa de Nova York, que fechou a quinta com leve alta de 0,14%.

Em razão da crise do novo coronavírus, a qual provocou uma corrida aos supermercados, está havendo aumento abusivo de preços. Por exemplo, o leite se elevou em 30%. Enfim, a maioria dos alimentos. Mas, na hora do IBGE calcular a taxa mensal de inflação, pelo IPCA, mediante cesta de mais de 400 produtos, os megas aumentos de preços referidos são balanceados com a queda dos preços dos combustíveis. Há ainda de contar-se a elevação do dólar, que influencia os preços de 30% dos bens da citada cesta. No geral, a inflação está bem “comportada”, em 12 meses fechando 3,30%, bem abaixo da meta do governo, que é de 4% para este ano. Essa a grande maldade que tem se repetido no Brasil: os preços pra os pobres são bem mais elevados do que para os ricos, acentuando as desigualdades na distribuição de renda e de riqueza.

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