24/04/2020 - PREVISÕES DE DECREMENTOS DO PIB PELA CEPAL




Se para o Brasil o Banco Central se previu um recuo de 2,96% neste ano, após consultar 100 instituições financeiras, o Fundo Monetário Internacional (FMI) projetou 5,3% na semana passada e, agora vem a Comissão Econômica para América Latina e Região do Caribe (CEPAL), órgão da Organização das Nações Unidas, estimando que o Brasil vai encolher 5,2%. O Banco Santander e o Banco Itaú, os quais fazem alguns cenários, no pior deles, projetaram recuo do PIB brasileiro de mais de 6% em 2020.

Para a CEPAL, a pandemia provocada pelo novo coronavírus provocará uma recessão de 5,3% neste ano, para a América Latina, em seu conjunto, em linha direta com o FMI. Em pesquisas próprias e de órgãos anteriores a sua existência (a CEPAL é de 1947), a instituição visualiza atualmente, o pior cenário desde 1900 para a região, pior até do que o da Grande Depressão de 1929. Os principais impactos econômicos sobre a região viriam da queda do valor das matérias primas, da qual dependem as exportações de muitos países, inclusive o Brasil, além da paralisação de segmentos de serviços como o de hotéis e turismo.

Conforme a CEPAL, os países mais afetados pela crise econômica provocada pela covid-19 em 2020 seriam: a Venezuela, que poderia recuar 18%; o México, - 6,5%; Argentina, - 6,5%; Equador, - 6,5%; Nicarágua, - 5,9%; Brasil, - 5,2%. No pelotão intermediário estão: Chile, - 4%; Peru, - 4%Uruguai, - 4%; Cuba, - 3,7%; Costa Rica, - 3,6%; Haiti, - 3,1%; El Salvador, - 3%; Bolívia, - 3%; e, países do Caribe, - 2,5%.

Por seu turno, o Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (ONU) informou recentemente que a pandemia do covit-19 poderá dobrar o número de pessoas que enfrentam insegurança alimentar aguda (fome) neste ano, indo para 265 milhões. A estimativa da ONU é de que o impacto das perdas das receitas com turismo, remessas de capitais em queda e restrições a viagens deixem 130 milhões de pessoas sob “ameaça severa”. Somados aos 135 milhões que se encontravam nessa condição, antes da pandemia, a ONU estima que as vidas e as subsistências de 265 milhões de pessoas estejam ameaçadas.

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