16/04/2020 - PLANEJAMENTOS SE RESUMEM A ORÇAMENTOS
O planejamento estratégico brasileiro aconteceu de 1949 a
1979, desde o Plano SALTE até o III Plano Nacional de Desenvolvimento. Foram
quinze planos de governo. Porém, desde o segundo choque do petróleo de setembro
de 1979 (o primeiro choque do petróleo ocorreu em setembro de 1973, quando se
desorganizou a economia nacional, cuja matriz energética estava baseada em mais
de 80% das importações de petróleo), o País abandonou esse tipo de
planejamento, adotando pacotes econômicos de ocasião e o acompanhamento orçamentário.
Não se voltou mais ao planejamento de metas, a exemplo do Plano de Metas
(1956), que previa crescer cinco anos em cinco. O modelo orçamentário advém da
Constituição de 1988, compondo-se de três instrumentos: o Plano Plurianual
(PPA), que tem vigência de quatro anos; a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO),
estabelecendo as políticas públicas para o ano seguinte, fechada em abril de
cada ano; a Lei Orçamentária Anual (LOA) é fechada em agosto e submetida ao
Congresso Nacional. O País já teve por décadas o Ministério de Planejamento e
hoje tem uma Secretaria de Planejamento, vinculada ao Ministério da Economia.
De 1988, data da Constituição a 1994, a União continuava com déficits públicos.
O Plano Real de 1994, promoveu o Programa de Estabilização Fiscal, que demorou
cerca de quatro anos. Para apresentar superávits. De 1998 a 2013 o País obteve
16 anos de superávits primários. Isto é, receitas maiores do que as despesas,
sendo o saldo para pagar juros da dívida pública. Entretanto, de 2014 até agora
o País tem convivido com déficits primários. Tem sido enorme o esforço em
reduzi-lo. Contudo, a pandemia do coronovírus, aprofundou o déficit previsto
deste ano, tendo o governo pedido ao Congresso estado de emergência, o que foi
conseguido, podendo gastar acima do déficit projetado para este ano. Não se
sabe de quanto será, em face da prolongada crise virótica. Fala-se no
Ministério da Economia que poderá chegar a R$200 bilhões. Está tudo incerto.
Neste ambiente de imprevistos e imprecisões, o governo federal mandou para o
Congresso a LDO, a qual está prevendo para o ano que vem um déficit primário de
R$149 bilhões.
Dessa forma, o País está mergulhado em recessão, talvez a
maior da sua história, onde as perspectivas mais sombrias de hoje assinalam por
volta de – 6% do PIB. Para 2021, espera-se que o retorno ao crescimento seja eficaz
e se recupere pelo menos os tais 6%, para nestes dois anos ficar no zero a
zero.
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