22/04/2020 - FATORES INÉDITOS DA PANDEMIA




Na verdade, surgiram vários fatores inéditos da pandemia pelo novo coronavírus. Um desemprego generalizado e elevação da pobreza pelo mundo e a paralisação de vários segmentos do aparelho produtivo, seja de forma total ou parcial. Não se sabe ainda se o mundo passará de uma recessão para uma depressão. Os economistas de uma forma em geral afirmam já existir forte recessão. Há aqueles que se reportam à Grande Depressão de 1929, depois de mais de 100 anos, como se existisse uma depressão em curso e se desconfiam de que seja grande como a de 1929 ou a segunda maior depressão em um século. A solução encontrada para combatê-la, desde o início deste ano, foi o isolamento das pessoas, na maioria dos países de forma vertical. Isto é, em todas as camadas da população. Alguns países estão adotando o isolamento horizontal para a saída da pandemia. Isto é, isolando certas camadas de risco maior da população. Mas, o fato inconteste é que tal isolamento globalizado atingiu fortemente a economia mundial. Dentro dos três setores produtivos, agropecuário, industrial, comércio e serviços, destacam-se segmentos que praticamente paralisaram por completo. O setor primário parece que é o de menor sofrimento. O setor secundário de fortes perdas. O setor terciário como o mais atingido. Serviços de hotéis, turismo, cruzeiros, aviação e entretenimentos. No comércio praticamente as lojas fecharam e ganham corpo as lojas virtuais. Somente serviços essenciais foram pouco atacados, tais como farmácias, supermercados, postos de combustíveis, dentre outros, que permaneceram abertos. Entretanto, os fatores mais inéditos estão ocorrendo na produção, distribuição e comercialização do petróleo e de derivados. A começar pelos preços do barril de petróleo, que chegou a ser bem negativo. Cerca de menos de US$37.00 o barril de petróleo para pronta entrega, daquele produzido principalmente nos Estados Unidos, o tipo WTI. Isto por que a produção tinha se dado, os navios levaram petróleo e os comerciantes não tinham como armazená-los. O Jeito foi baixar enormemente os preços.

Todavia, não foi o petróleo americano somente o atingido. Na medida em que os tanques de combustíveis são preenchidos pelo mundo, o excesso de oferta também quanto ao petróleo do tipo Brent, para as vendas futuras, de curto prazo, para junho, por exemplo, os preços começaram a baixar a US$20.00 e chegaram ontem a negociar a US$16.00 o barril dele. Ao nível de tais preços abaixo de US$20.00, eles estão abaixo do ponto de equilíbrio e as petroleiras não poderão manter isto por muito tempo. A saída delas tem sido reduzir a produção, não só no seio da OPEP como na Rússia.


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