28/04/2020 - PROGRAMA PRÓ-BRASIL NEM RECOMEÇOU
O presidente da República, entre suas idas e vindas, disse
ontem que o Ministro da Economia, Paulo Guedes, que só ele decide sobre
economia (o ministro). Dito isto, ele também disse que congelou o Programa
Pró-Brasil anunciado na semana passada. Ora, o programa envolve novo valor, de R$215
bilhões em reativação de obras públicas (na semana passada eram R$250 bilhões
de investimentos privados mais R$30 bilhões de investimentos estatais), elencadas
no biênio 2017-18, pelo governo de Michel Temer. O governo Bolsonaro não tem
firmeza na economia e isso não gerou até agora confiança dos investidores, os
quais aguardam a reforma tributária e a administrativa, as quais, segundo
consta, já estariam no seu gabinete, sem serem despachadas.
A reativação das obras públicas é desejo dos militares, que
continuam afirmando que Bolsonaro as defende e também a revisão da lei de
gastos. Esta foi aprovada no governo Temer, para que o incremento dos gastos
não fosse maior do que a inflação do ano passado. A atual equipe econômica é
contra as referidas medidas. Do embate entre a ala militar, intervencionista, conduzida
pelo chefe da Casa Civil, ministro Valter Braga Neto, com a ala de Paulo
Guedes, de agenda liberal, o mercado acredita que haverá uma fusão de propostas,
mediante reformas estruturantes e obras públicas. O próprio Guedes tem afirmado
que há um conjunto de obras de apoio ao agronegócio, pra mais rápido escoamento
das safras, o qual sustentará certo crescimento do PIB, em contrapartida às
quedas dois outros setores. O Ministro da Infraestrutura, Tarcísio, tem se
reportado a uma lista de 70 a 130 obras, no valor estimado de R$30 bilhões. Entretanto,
não acredita que ira estourar o teto dos gastos. Já o Ministro do
Desenvolvimento, Rogério Marinho, apresentou uma proposta de R$185 bilhões de
investimentos (mais os R$30 bilhões da infraestrutura, totalizaria os R$215
bilhões referidos acima). Desse valor, R$157 bilhões de cerca de 400 obras
novas.
Desse bate cabeças no governo federal, um fato que chama
muito atenção é o dólar continuar subindo, aproximando-se de desvalorização de
40% neste ano. Continua no recorde o dólar comercial de R$5,668, em leve alta
ontem.
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