18/11/2019 - DÓLAR VOLÁTIL
A instabilidade política,
jurídica, institucional e econômica tem feito o dólar volátil. Em 100 dias
últimos, variou de R$3,74 a R$4,20. Em um pouco mais de dez meses de governo, o
presidente da República se envolve em polêmicas e vai querer fundar novo
partido. Ele não tem base congressual, porque prometeu não reeditar o
populismo, cooptação ou coalizão política. Seu Ministro da Economia, Paulo
Guedes, tem pedido cooperação do Congresso. Somente a reforma da Previdência
logrou êxito, mas foi desidratada, em cerca de mais de R$300 bilhões, para dez
anos. A inclusão de Estados e municípios na referida reforma está sendo aprovada
no Senado e também se desidrata por cerca de R$100 bilhões. Das promessas de
campanha as reformas subsequentes tem tido lentos os seus projetos. A reforma
tributária tem uma proposta na Câmara e outra no Senado. A proposta de reforma
administrativa foi mais uma vez adiada. A reforma do pacto político, para
redução do tamanho do Estado, sofre fortes resistências. No quadro mundial em
que o dólar se fortaleceu o real não retornou para abaixo de R$4,00. Guerra
comercial entre Estados Unidos e China, convulsões em vários países da América
do Sul, tendo o FMI afirmado que a região poderá ter crescimento zero e o
Brasil de 1%, neste ano, são notícias que não atraem mais investimentos.
Em cenário de desaceleração global,
os investidores retiram seus dólares dos países mais instáveis. A bolsa brasileira
que tem batido sucessivos recordes já presenciou neste ano a saída de US$30
bilhões. O pior cenário desde 2008. Conforme relatório do Banco Central de
câmbio contratado, divulgado na semana passada, o déficit na balança financeira
é de US$152 bilhões, em pior resultado do que em 2018. Além disso, a taxa
básica de juros está propiciando pouco ganho real e fazendo que os investidores
abandonem o País. A taxa SELIC está em 5% e está prometida mais uma queda de
0,5%, na próxima reunião do COPOM.
Dessa forma, ao ficarem muito voláteis,
as moedas fortes mundiais se retraem e atrasam seus projetos de crescimento no
País.
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