06/11/2019 - PLANO MAIS BRASIL
O presidente da República, sua equipe econômica e demais
ministros, saíram ontem do Palácio da Alvorada, a pé, indo entregar ao
Congresso Nacional o Plano Mais Brasil. Também chamado de Reforma Radical do
Estado ou de Pacto Federativo, quer dizer: reformas na União (no conjunto
federal), nos Estados e Distrito Federal (27 unidades federativas) e nos
municípios (5.570 constituídos). Depois de dez meses de governo; depois de ter
prometido zerar o déficit primário; depois de anunciar muitas propostas e
poucos projetos de reformas; finalmente, o governo federal ontem decidiu fazer
a reforma profunda no Estado. A questão é saber como o Congresso irá tosquiar
as três medidas provisórias de emendas constitucionais, entregues ontem ao presidente
do Senado. O objetivo será eliminar o déficit primário no longo prazo, mediante
redução do tamanho do Estado, nos próximos 15 anos. No curto prazo elas terão
efeito pequeno e a economia continuará crescendo lentamente. Porém, faltam
ainda outras propostas de reformas, que contemplem em primeiro plano a geração
de empregos, como está sendo esperado, desde 1º de janeiro.
Primeiro. O governo pretende descentralizar ações que reduzam
93% de despesas obrigatórias, mediante distribuir R$400 bilhões com Estados e
municípios. Com elas pretende assegurar melhor a execução de políticas
públicas, em serviços essenciais, tais como saneamento, educação, segurança e
saúde. Segundo Paulo Guedes: “é o primeiro governo em 40 anos que fala em
descentralizar recursos e fortalecer a democracia”. Tal meta vem desde a Constituição
de 1988 e nunca foi cumprida. O Ministro da Economia ainda disse: “Nem no Plano
Real, que foi o melhor”.
Segundo. Revisão dos 280 fundos públicos. A pretensão do referido
ministro é liberar R$200 bilhões dos R$220 bilhões paralisados, para pagar parte
da dívida pública. Na prática são cortes de subsídios.
Terceiro. Corte de 25% da jornada de trabalho e de salários
dos servidores públicos, quando os três entes de governo, ingressarem em
situação emergencial, qual seja, em desequilíbrio fiscal.
Quarto. Em princípio propõe que 1.254 cidades saiam do mapa
de governabilidade, cidades que não têm nem 10% de receitas próprias e serão
anexadas por cidades maiores.
O pacote é visto por liberais como um novo marco na sociedade
brasileira. A oposição está apática, mas, em princípio, é contra. O terceiro
grupo é daqueles que acredita ser muito difícil a realização das tarefas, em
Congresso tão dividido, em grupos e partidos, dos mais diferentes níveis de
interesse e representação.
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