22/09/2019 - POLÍTICA ECONÔMICA EMPACA COM GASTOS DO GOVERNO
Artigo de Marcos Lisboa, atual presidente do INSPER, que fora
Secretário de Política Econômica do primeiro mandato de Lula, no período de
2003 a 2005, na Folha de São Paulo de hoje (ele escreve aos domingos) entende
que a política econômica empaca com gastos do governo ou dos governos nos seus
três níveis. Há uma tradição no Brasil dos governos gastarem mais do que
arrecadam. Começa assim o artigo: “Os gastos obrigatórios, aqueles determinados
por lei, crescem acima do PIB há 30 anos e atualmente consomem 93% das despesas
federais. A consequência tem sido o aumento da carga tributária e da dívida
pública, a mais alta entre todos os países emergentes. Esses gastos financiam a
remuneração dos servidores públicos, principal responsável pela crise dos
Estados, benefícios e subsídios para setores específicos, além das despesas com
previdência. Cabe ressaltar que, enquanto o setor privado pode enfrentar uma
recessão e desemprego, os servidores têm estabilidade e reajustes salariais. Os
aposentados do Legislativo, com renda média perto de R$30 mil por mês, estão
entre os 1% dos adultos mais remunerados do País. Como os gastos obrigatórios
estão indexados, eles aumentam quando o País cresce, mas não são reduzidos na
recessão. O resultado é uma despesa crescente, que asfixia o setor privado, que
é quem paga a conta... Existe um oceano entre a intenção e os resultados. Na
última década, a tentativa de ampliar o investimento público terminou em obras
inacabadas ou bem mais caras do que o imprevisto”.
Marcos Lisboa está diagnosticando corretamente. Há uma
corrente atual que esta defendendo a volta dos investimentos públicos, mesmo
via endividamento, para que este estimule o investimento privado, conforme a
teoria de Keynes. Talvez se as despesas obrigatórias fossem menores, o grau de
dívida pública também, houvesse superávit primário, a economia poderia ser
reativada, conforme é atribuído a Keynes que dizia: obras públicas para abrir
buraco, depois tapar buracos, visando gerar empregos, saindo da estagnação ou
da recessão. Porém, nesta década se chegou ao limite do aumento da carga
tributária e há déficit primário há cinco anos. A equipe econômica precisa
realizar as reformas econômicas, privatizações e concessões dos serviços
públicos. Vai-se um ano e isso não tem sido tarefa fácil em sistema democrático
de três poderes constituídos.
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