04/09/2019 - RAZÕES DA QUEDA DE PRODUTIVIDADE




Tese de Pedro Loureiro, na Universidade de Cambridge, em Londres, Reino Unido, ano passado, aborda que a chamada “onda rosa” latino-americana, assim chamada da existência de governos de centro esquerda, no entorno de 20 anos, antes e depois do ano 2.000, aproximadamente, fixando-se no período de 2003 a 2013, quando se efetuaram o crescimento econômico com redistribuição de renda, beneficiando os mais pobres, como não se viu em cinquenta anos. O problema é que tal modelo levou à queda relativa de produtividade da economia. Quer dizer, reduziu as possibilidades de maior crescimento no longo prazo, reduzindo a eficiência econômica, quando comparados aos padrões empresariais de proa em todo o mundo. A estratégia escolhida por referidos governos levou a um retrocesso da estrutura produtiva, ao impulsionar setores atrasados, em termos de valor agregado, tecnologia e produtividade. As economias latino-americanas são muito dependentes das exportações de commodities e de segmentos econômicos atrasados, justamente aqueles de alimentos, tecidos, calçados, comércio, dentre outros. Referidos segmentos são aqueles que empregam os mais pobres, por exigirem menor qualificação e produzem baixo valor agregado. A redistribuição de renda manteve melhor posicionados os detentores de capital, melhorando a vida dos mais pobres e impondo perdas às classes médias.

São palavras do autor: “O trade off entre crescimento e redistribuição se deu a partir de meados da década de 2010, por uma escolha política, ele não é inerente à economia brasileira. Era necessário pensar num arcabouço de políticas para lidar com o problema”. Cita como exemplo a reforma tributária para melhor distribuir a renda.

A questão da redistribuição de renda decorre da melhor qualificação dos fatores de produção como um todo, seja desenvolvendo pesquisas, inovações, seja melhoria geral da educação brasileira.

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