20/09/2019 - RISCO DA SELIC BAIXA É A INFLAÇÃO




O governo de Michel Temer pegou a SELIC, de Dilma, de 14,25%, anuais, fazendo com que o Banco Central (BC) a deixasse em 6,5%. A menor da história. A economia não reagiu bem. Jair Bolsonaro, também através do BC, já a rebaixou duas vezes, de 6,5% para 6,0% e, nesta semana, de 6,0% para 5,5%, prometendo continuar a rebaixando. Quem sabe para 5,0% ou 4,5%? A inflação brasileira está por volta de 3,5%. Ora, a diferença de 1,0% está bem pequena e, se a inflação se elevar rapidamente, será perdido o ganho real e, quem sabe, poderá haver rendimento real negativo. Aí, os investidores deixarão de financiar o governo federal, além do que este tem uma dívida pública muito grande, que vem sendo rolada pelos banqueiros, em nome dos aplicadores financeiros. O risco é do rumo da economia e da inflação entrar em parafuso. Relembre-se aqui como Dilma se perdeu, quando baixou os juros para a casa dos 7,0%, com inflação em elevação. Depois, teve que crescer os juros e os deixou em 14,25%, com a economia em profunda recessão. Ademais, existem muitos investidores internacionais que poderão se afugentar, se os juros reais se tornarem negativos. Relembre-se aqui o governo de FHC, no qual houve grande saída de recursos e o Brasil teve de recorrer ao FMI, pela perda expressiva de reservas. Claro, hoje há um colchão longo de US$380 bilhões. Mas, este poderá também encurtar-se.

No quadro externo, um ataque militar dos Estados Unidos ou da Arábia Saudita ao Irã causará uma “guerra total”, conforme alertou ontem o chanceler iraniano Mohamed Zarif. Aqueles dois países culpam o Irã por ataques à maior refinaria de petróleo do mundo, mesmo referidos ataques terem sido reivindicados pelos rebeldes houthis do Iêmen. Já houve pelo menos dois choques do petróleo de conseqüências terríveis, em 1973 e 1979. Este dificilmente, caso aconteça de novo não será diferente.

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