11/09/2019 - FETICHE DA INDUSTRIALIZAÇÃO




A frase de fetiche da industrialização foi cunhada por Roberto Castelo Branco, presidente da Petrobras, em recente debate sobre mineração, em congresso em Belo Horizonte, ontem. Aqui, é interessante recordar-se de que Karl Marx, em seu livro O Capital, que se referia ao fetiche da moeda. Castelo Branco, que já foi diretor da Companhia Vale, a maior mineradora do País, queixava-se de que a Vale foi indicada pelos governos do PT, para ingressar em outros segmentos industriais, tal como a siderurgia e a metalurgia, visando gerar maior valor agregado, próprio da industrialização, fato que não prosperou naquela companhia. Além de defender-se das críticas de que a Petrobras está se desfazendo de investimentos em comércio de derivados de petróleo, refinarias e na petroquímica. Até agora já vendeu de ativos nas áreas R$65 bilhões. Recorde-se aqui o fato de que a Petrobras ingressou fortemente, nos governos petistas, na produção de navios e plataformas para a exploração de petróleo, que lhe causou prejuízos e foi objeto de elevada corrupção, investigada ela operação Lava Jato.

Foram suas palavras: “O Brasil é certamente uma fortaleza global de recursos naturais. Uma enorme riqueza na agricultura, na mineração e no petróleo. Todavia, há preconceito contra a produção de commodities, sempre existe o apelo por valor adicionado. Infelizmente o fetiche da industrialização tem prejudicado a realização do potencial de crescimento da exploração de recursos naturais”.

Ora, a posição de Castelo Branco é liberal, que defende a privatização, a concessão de serviços públicos e mantêm poucas empresas públicas, em áreas estratégicas. Em resumo, é a posição de Estado mínimo na economia.

A problemática é histórica. O Brasil teve sua indústria proibida, em 1703, pelo Tratado de Methuen, tendo um desenvolvimento capitalista tardio. Isto o tem colocado no curso da história com tecnologias industriais nem sempre competitivas com o capital internacional. Claro, se fossem ou forem competitivas seriam ideais que se desenvolvendo empresas que gerassem maior valor agregado, como ocorre com os processos de industrialização. O maior exemplo é a própria Petrobras, que domina a produção na plataforma marítima e possui as melhoras tecnologias da área.

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