01/09/2019 - ECONOMIA ABAIXO DO POTENCIAL




Decorridos 20 trimestres do início da recessão (2º trimestre de 2014), passando pela estagnação de 2017 ao primeiro semestre de 2019, a atividade econômica está 4,8% abaixo do que era. Depois do segundo trimestre, crescendo 0,4%, as sugestões de recuperação melhor taxa de crescimento aconteceram no País. Os economistas defendem incentivos por lado da oferta; outros, do lado da demanda; outros, de ambos os lados. Assim, do lado da oferta (em outras palavras, do lado do PIB), pergunta-se: é preciso fazer as reforma da previdência social e tributária, pelo menos? Sim; o Banco Mundial mostra ineficiências diversas do ambiente geral dos negócios. (2) É preciso abrir mais a economia? Sim (As importações mais o PIB são a oferta agregada). O Brasil é a segunda economia mais fechada do planeta, só perdendo do Sudão. Do lado da demanda, pergunta-se: é preciso ampliar o investimento público? Sim. Principalmente em educação e infraestrutura. Em educação, o País é considerado pela OCDE como um dos países mais atrasados na área educacional. Em infraestrutura os atrasos são apontados pelo Fórum Econômico Mundial em ferrovias e rodovias. É preciso uma reforma administrativa? Sim. É preciso privatizar? Sim. Fazer concessões?  Sim. Claro, é preciso fazer o Estado crescer menos do que o PIB, diferentemente do que os governos do PT fizeram em agigantá-lo, semelhantemente aos governos militares, mesmo divergentes, convergiram na estatização da economia.

Expandindo o raciocínio acima, a política econômica deve contemplar os dois lados da economia, tanto da oferta como da demanda, considerando que quem puxa a economia é a demanda agregada: consumo das famílias, investimentos privados, gastos do governo e exportações. O maior problema deste lado é de que os gastos do governo têm que ser comprimidos. Para a confecção do orçamento de 2020, a proposta do dia de ontem, último dia para entregar o projeto e lei, seria de gastos discricionários de R$89 bilhões, enquanto se acredita que se precisaria de R$100 bilhões. Por seu turno, a dívida publica continuará crescendo e o endividamento poderá subir em R$367 bilhões, coisa que precisa de aprovação do Congresso. Portanto, como já ocorreu no segundo trimestre deste ano, o investimento privado terá de puxar a retomada da economia. A carência do déficit primário deverá continuar existindo, a ser definido pelo Congresso.

Por que a economia não anda mais rápido? Esperam-se as reformas estruturais. Mas, no cenário geral falta confiança dos empresários e dos consumidores. Na sua sanha de acabar com privilégios dos recursos públicos para a grande mídia, artistas famosos e as grandes corporações e no combate à corrupção, o governo de Jair Bolsonaro se depara com forte oposição e isso retarda a confiança dos investimentos. Mas, nem tanto, pelo que parece que os investimentos irão voltar, conforme desempenho do último trimestre.

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