14/07/2019 - ACONTECIMENTOS VIRTUOSOS




Sem dúvida, a reforma da Previdência, a ser aprovada, será o acontecimento virtuoso mais importante da política econômica. Segue-lhe a reforma tributária. Esta é mais difícil do que a reforma previdenciária. Há um projeto em curso na Câmara de Deputados, sendo discutido; outro projeto no Senado; outro projeto sendo gestado no Ministério da Economia. Recentemente, Stephen Kanitz, em seu site, mostrou as virtudes de seis meses do governo Bolsonaro, em 70 itens. Na revista Exame, J. R. Guzzo refere-se a que “há uma realidade escondida pela fumaça”. Agrega pontos positivos de inflação de 0,01% de junho, a menor em 13 anos para um mês; o número de homicídios caiu 25% no primeiro trimestre de 2019; “as invasões de propriedades rurais e imóveis urbanos foram praticamente zeradas neste ano; o governo cortou as verbas públicas que dava às organizações de invasores e o problema sumiu”; “a Petrobras anunciou a venda, pela primeira vez na história, de oito de suas 13 refinarias; “mais de 21.000 cargos de ‘provimento livre’, ou seja, de pura safadeza, foram cortados no governo federal. “A lei Rouanet, destinada à corrupção de artistas, foi desidratada”. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, afirmou hoje na Folha de São Paulo que, ao não realizar um governo de coalizão, Bolsonaro deixa mais poder ao Parlamento. São fatos novos, os quais contam com severas críticas diárias da referida Folha e da Rede Globo. O título da coluna da jornalista Miriam Leitão de hoje no O Globo é “Absurdos diários de Bolsonaro”, relembrando várias das suas diferenças ideológicas. O Brasil está claramente dividido entre esquerda e direita.

Monica de Bolle, pesquisadora do Instituto Peterson, em Washington, também na Folha de hoje, refere-se a “Não saber como o País vai crescer atenua animação do investidor. Economista que vive nos Estados Unidos, diz que é difícil ver reforma, repentinamente, atrair capital estrangeiro para o Brasil”. Quem sabe?

Na revista Exame, datada de 10-07-2019, p. 34, “Para Mark Machin, presidente de uma das maiores gestoras de investimento do Canadá, não há país com tantas oportunidades em infraestrutura como o Brasil. Mas é preciso que os projetos de concessões e privatizações avancem”. Ele é presidente do Plano de Pensão Canadense, um dos maiores do mundo, gestor de US$280 bilhões. Acredita que o País vai ampliar de 2% para 4% os investimentos na área de infraestrutura. Prevê que mais do triplicará os investimentos aqui até 2025, chegando a US$60 bilhões.

Notícias do dia, como uma salada de frutas tornam mais difícil ainda a retomada do crescimento virtuoso. De um lado um presidente da República, inédito, por dirigir um País sem coalizão política e, por isso, não consegue acabar ainda com a “velha política”. De outro, um Congresso que deverá aprovar somente as leis maiores, para o País. Uma quebra de braço inusitada, para a qual se espera que fatos relevantes façam voltar mais forte os investimentos que o Brasil precisa.

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