09/07/2019 - DECRETO NA CONTRAMÃO
O presidente Jair Bolsonaro assinou decreto que eleva o
benefício fiscal para a indústria de refrigerantes. Provavelmente, a orientação
foi para atrair investimentos nas regiões mais reprimidas, nas quais a
indústria do segmento produtivo em referência faz sua exigência de localização.
O decreto está na contramão da saúde do brasileiro, visto que o Brasil enfrenta
epidemia de obesidade. Isto é, 59% das crianças e 52% dos adultos estão acima
do peso, conforme método da Organização Mundial da Saúde. Pelo menos 40 países
que sofrem da citada epidemia fizeram o contrário: aumentaram tributos sobre
refrigerantes. O consumo de refrigerantes está entre as principais causas de
obesidade, diabetes e cáries em todo mundo. Uma lata de refrigerante de 350 ml,
por exemplo, poderia conter 10 colheres de açúcar, correspondentes a 40 gramas.
Ainda mais que o tipo de açúcar é o refinado, que contem produto químico para o
seu processamento. A literatura mostra que maior tributação sobre
refrigerantes, ao encarecê-los reduz relativamente o consumo e é fonte de renda
para os governos, visto que os refrigerantes são bens supérfluos, elásticos.
A indústria de refrigerantes afirma que o encarecimento deles
leva ao contrabando ou em fabrico ilegal dos refrescos. Há estudos que mostram
que isso é falso. A maior tributação sobre eles tem produzidos resultados positivos,
conforme acontece com os cigarros e as drogas. O México já fora líder mundial
na ingestão de refrigerantes. Colocou o tributo de um peso mexicano por litro
de refrigerante em 2014. Reduziu o consumo em 9%, elevou a compra de água em 4%
e não ocorreu queda do emprego no segmento produtivo. Na França, no Reino
Unido, na Hungria mostram que as medidas governamentais de elevação de tributos
têm sido acertadas.
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