02/07/2019 - MEIOS DE PAGAMENTOS EM REAIS




Há 25 anos entrou em vigor a atual moeda brasileira, o Real (R$), depois de dez moedas no curso da história nacional. A economia funciona como um cérebro humano. Há dois hemisférios. Na economia, existe a esfera real, definida como vetores do produto interno bruto mais importações, menos exportações: PIB+M-X = MxV (M são os diferentes vetores dos meios de pagamento vezes V os vetores das velocidades de circulação das moedas), que é igual à esfera monetária. A função definida mostra as variáveis dependentes (PIB+M-X) em função das variáveis independentes (MxV).

A inflação é um processo em que há mais moedas em circulação do que produtos para negociações. Logo, o inchaço decorrente dele provoca distorções, que desorganiza o sistema produtivo e gera incompatibilidades entre a distribuição de rendas. Inflação de um dígito (de zero a 9) é suportável, quanto menor for (de zero a 4, por exemplo), fica relativamente suportável (de 5 a 9). Depois de 2 dígitos se torna ruim para o sistema econômico. Dos anos de 1940 para 1994, a inflação ficou acima de dois dígitos, até a hiperinflação, de 1989 a 1993, que chegou até 2.596%, nos doze meses de 1990. Mas, em 1993 ainda era gigante, em doze meses, de 2.087%.

O Plano Real teve três fases. A primeira, aprovada em 1993, para vigorar depois de 1994, foi estabelecido por lei como Fundo Social de Emergência, para equilibrar as finanças públicas. A segunda fase foi à criação da Unidade Real de Valor (URV), vigorando de 28-02 a 30-06-1994, quando se estabeleceu uma regra de transição, com uma moeda de referência virtual, que mudava todo dia no período referente, de acordo com uma média entre o índice nacional que mede a inflação, o IPCA calculado pelo IBGE; pelo IGP, calculado pela USP/FIPE, par medir o custo de vida em São Paulo e pelo IGP-M calculado pela FGV para o Rio de Janeiro. A terceira fase foi à transformação de URV de Cr$2.750,00 (cruzeiros reais), em R$1,00 (um real), ao tempo que flutuava em torno de US$1.00. Mais precisamente a cotação do dia 01-07-94 fora de R$0,93 por US$1.00.

Conforme coluna de Miriam Leitão, no jornal O Globo, de hoje: “Segundo o IBGE, no exato dia de ontem, o Brasil tinha 81,1 milhões de pessoas com até 25 anos, 38% da população. Esses brasileiros jamais conviveram com outra moeda... A conta acumulada entre dezembro de 1979 e dezembro de 1994, inclui os primeiros seis meses do plano porque, como não houve congelamento, a taxa ficou ainda alta, apesar de declinante. Naqueles tumultuados 15 anos, o Brasil teve 13 trilhões e 342 bilhões por cento de inflação”. Frise-se aqui que País fez um congelamento parcial de preços em 1985 (gestão de Francisco Dornelles como Ministro da Fazenda); congelamento geral de preços e salários com o Plano Cruzado (Ministro Dílson Funaro); congelamento geral de preços e salários com o Plano Bresser (Ministro Luiz Carlos Bresser Pereira); congelamento geral de preços e salários com o Plano Verão (Ministro Maílson da Nóbrega). Foram quatro congelamentos de preços e salários com José Sarney. Segui-lhe o primeiro presidente eleito (1989) da Nova República, Fernando Collor de Mello, que fez dois congelamentos globais, Plano Collor I (1990) e Plano Collor II (1991).

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