25/09/2018 - ESTAGNAÇÃO DA QUALIDADE DA EDUCAÇÃO




Todos os 13 candidatos à presidência da República concordam que a educação é prioridade. No curso da história os políticos sempre a declararam assim. Mas, na prática não a exerceram, porque a educação brasileira tem números muito ruins. E o que é pior, está estagnada. A história bem mais recente demonstra, por exemplo, que desde 2003 até agora existiram 10 Ministros da Educação. Uma média de 1 ministro a cada ano e meio de exercício do cargo. Diferentemente de Singapura, onde desde a sua independência, em 1965, existiram 13 ministros, exercendo cada um a média de quatro anos de mandato. Aproximadamente ao mandato presidencial de lá, onde eles têm tempo de executar seus programas. Hoje Singapura está no topo da educação mundial, conforme revela o Teste PISA, realizado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), de 2015.  A cada três anos é divulgado o PISA e o atual somente será conhecido no ano que vem, visto que está sendo tabulado.

A OCDE é o clube dos países ricos, avaliando há 20 anos o aprendizado em matemática, leitura e ciências. Os testes são aplicados em adolescentes com idade média de 15 anos. No Brasil, 23000 alunos de escolas públicas e privadas fizeram os exames e atestaram a referida estagnação, em 2015. Em maio deste ano, 19000 alunos fizeram os exames, de 661 escolas. A capital do Piauí, Teresina, município que registra 844000 habitantes, tendo a quinta menor renda per capita do País, desembolsa R$6.600,00 por ano, por aluno, perto de 70% do que é desembolsado pela média das capitais brasileiras e é a capital que tem o melhor desempenho educacional em português e matemática. Em torno de 64% das crianças das séries do ensino fundamental, até o 5º ano, estão nas escolas. É o dobro de São Paulo. Quais as razões disso? Em princípio, tirou-se a indicação política para o cargo de diretor de escola do ensino fundamental. Para o cargo de secretário de Educação, a praxe passou a ser indicar um profissional da área acadêmica, eleito pelos professores. Os diretores de escola obrigatoriamente passam por cursos de gestão e liderança. Lá, desde 2014 é feito exames de avaliação de desempenho de professores e alunos. Quando necessário, são feitas aulas de reforço para ambos os grupos. Em sala, o foco é aprender o básico, desenvolvendo também habilidades não cognitivas das crianças, criando o projeto da Escola do Futuro. As escolas que avançam mais em avaliações anuais recebem mais recursos municipais. Teresina gasta 26% do orçamento na área referida. Enfim, não há influencia política e as decisões são tomadas por técnicos.

Não é pela falta de propostas, a organização Todos pela Educação tem proposituras até 2022, para oferecer ao novo presidente da República, mediante dez metas para serem conseguidas até lá, a partir de 2019.


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