06/09/2018 - MISÉRIA AUMENTOU SENSIVELMENTE
O Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV)
calcula os índices de miséria e pobreza no Brasil. As chamadas flexões e
inflexões do indicador da FGV Social, baseando-se nos últimos tempos na
PNAD-Contínua do IBGE. Há vários anos que o professor Marcelo Neri divulga os
resultados estimados na FGV. Assim, ele informou agora que o País tem hoje 23,3
milhões de pessoas, vivendo abaixo da linha de pobreza, faixa de pessoas em
situação de miserabilidade, percebendo a renda de até R$233,00 por mês. Quer
dizer que Isto significa cerca de 11,2%
do contingente populacional brasileiro. Mais do que a população do Chile. Para
Neri, nos últimos quatro anos, de 2014 a 2017, a miséria cresceu 33%. Vale
dizer que houve a adição de 6,3 milhões de novos paupérrimos.
O objeto dessa última análise da FGV foi a PNAD trimestral,
encerrada em junho, ocorrendo a reversão do crescimento de 12 meses da renda
média de 5,12%, no primeiro trimestre de 2014, para uma queda na ordem de 5,51%
em meados de 2016, desacelerando a queda, que é gradualmente revertida em 2017.
No segundo trimestre de 2018 a renda média cresceu 1,66%, comparado com ao
mesmo trimestre do ano anterior.
A citada PNAD de junho revela severa queda da renda média do
trabalho entre todos os da idade ativa, não restrita só aos ocupados. Entre o
segundo trimestre de 2015 e o de 2018, a perda da renda média acumulada é de
3,44%. Referida perda é mais forte entre os jovens, entre pessoas com ensino
médio incompleto e entre os responsáveis pelos domicílios.
No primeiro ano da recessão, entre 2014 e 2015, registra-se
uma perda em todos os grupos da sociedade, sendo as principais vítimas os
jovens. E a vitimação ocorreu também em 2016. A desigualdade de renda completou
três anos em elevação, fato que não acontecia desde 1989, quando houve o
recorde histórico.
O Centro de Políticas Sociais da FGV vem captando as
inflexões das séries sociais brasileiras, desde antes do Plano Real, até o
crescimento da pobreza no primeiro ano do governo de Lula e das várias quedas
consecutivas nos anos seguintes até 2014. Depois, a pobreza voltou a subir,
conforme exposto acima.
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