11/09/2018 - ESTABILIDADE FISCAL
A forte recessão de 2014 a 2016 trouxe consigo os déficits
primários, que permanecem até hoje e as perspectivas são de que ultrapassem
mais um governo, no caso de não ser fazer uma reforma fiscal. Esta, do lado dos
ativos, tem-se as despesas, obrigatórias e discricionárias, além dos
investimentos em infraestrutura. Do lado dos passivos, tem-se a arrecadação, venda
de ativos e dividendos recebidos das estatais. Se for eleito um presidente que
consiga apoio para as reformas estruturais passarem no Congresso, a situação dos
déficits poderá ser revertida em dois anos. Hipótese razoável, já que os
tributos que são criados somente poderão valer depois do princípio de
anualidade.
A reforma fiscal não é a única. Mais importante é a reforma
previdenciária. Entra governo e sai governo, desde o Plano Real, de 1994, a
expectativa de vida do brasileiro só tem subido, agora em 76 anos e se tem
cidadãos se aposentando na faixa de 50 anos. Ademais, os aposentados do setor
privado têm teto de ganhos. Já os servidores públicos se aposentam com o total
dos vencimentos percebidos na ativa. Assim, a reforma administrativa também se
impõe. Questões expressivas estão do lado da infraestrutura deficiente e um
sistema de segurança debilitado. A saúde sofre várias críticas e a educação não
se aproxima dos países desenvolvidos. São muitos problemas que, por si só são
reformas estruturantes.
Colocado em discussão no Congresso, o orçamento para o ano
que vem exigirá a aprovação de um crédito de R$258 bilhões, sob pena de o
governo incorrer em crime de responsabilidade fiscal. A União encaminhará
medida provisória de reajustes dos salários dos servidores e no final do ano
acaba o subsídio do óleo diesel. Quer dizer, o ano que vem começará muito
quente nas pressões de caixa do governo central.
Os treze candidatos à presidência fazem discursos parciais e
pensam que contarão com uma vara de condão. O aperto será grande, em busca da
estabilidade fiscal.
Comentários
Postar um comentário