28/05/2018 - COMÉDIA DE ERROS
“Comédia de erros”. Este é o título do artigo de Samuel
Pessoa, na Folha de São Paulo, de ontem. A sua referência é a política
econômica anticíclica, de 2009, quando, para sair da segunda maior crise
capitalista da história, a equipe econômica do governo Lula, passou a estimular
a compra de caminhões com empréstimos subsidiados do BNDES. Não só isso, o crédito
era farto para todos os segmentos econômicos. Gabavam-se então os formuladores
de política econômica de que o Brasil foi o último a entrar na crise mundial e
o primeiro a sair. No ano seguinte, 2010, o País cresceu 7,5%. Dinheiro
emprestado muito barato continuou com todo o período da ex-presidente Dilma.
Dessa forma, de 2009 até 2018 fez a frota de caminhões aumentar 40%. A economia brasileira cresceu em igual
período 11%. Esse descompasso veio desaguar nesta paralisação dos
caminhoneiros, até porque o barril do petróleo nos últimos quatro anos dobrou
de preço, de US$40.00 para US$80.00, em razão das divergências dos Estados
Unidos com o mundo árabe, notadamente com o Irã. Por seu turno, o governo do
presidente Temer elevou os tributos sobre os combustíveis. Espremido por um
lado, pela ociosidade; pelo outro, pelo avanço dos tributos; espremido por outro
nível de elevação quase que diária dos preços do óleo diesel, os caminhoneiros
foram para a greve.
Não havia necessidade de tantos caminhões. O excesso deles
pressionou o frete para baixo. Não há escapatória de prejuízos. As empresas se
defendem com suas frotas e quem mais tem sentido as elevações de preços são os
autônomos. O mercado de trabalho fraco, mediante elevado desemprego, facilitou
para as empresas, em detrimento dos empreendedores individuais.
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