04/05/2018 - MARCAS DA RECESSÃO NOS SHOPPINGS
O shopping center (centro de compras e venda) virou há cerca
de um século o palácio de negócios do varejo do capitalismo. No caso brasileiro,
a forte recessão de 2014-2016 deixou marca profundas no segmento de shoppings
no País e ainda permanece. Existem hoje por volta de um milhão de metros
quadrados vagos nos 522 shoppings espalhados pelo Brasil. São em torno de 12,5
mil lojas desocupadas, segundo a Associação de Lojistas (ALSHOP). Se nenhum
novo empreendimento fosse construído ou ampliado, seriam necessários pelo menos
quatro anos para que todo o espaço vazio fosse ocupado. Vale dizer, desde 2014,
há recessão extensiva neles. As projeções são do IBOPE Inteligência sobre o
vazio existente no segmento. Para ele, no último ano houve uma melhora na
ocupação, principalmente naquelas unidades que existiam até 2012, considerados
consolidados. Neste conjunto, 8,5% das lojas estavam vagas em 2017. Neste ano,
caiu para 7,9%. Nos shoppings abertos desde após 2013, vacância em número de
lojas teve pico de 46% em 2017, recuando para 41% neste ano.
Na verdade, a situação é bastante ruim nos shoppings novos,
muito semelhante à crise que assolou o mercado imobiliário. Sendo ruim para donos, lojistas e trabalhadores.
Para quem não sabe os shoppings são negócios muito bons para
os empreendedores, coisa não está se verificando para os novos empreendimentos.
O contrato do shopping com o lojista envolve três subcontratos, pelos quais o
lojista tem que abrir todo dia, pagar 13º aluguel ao shopping, pagar a “luva” e
renová-la após cinco anos. Pagar pelos custos comuns, tais como ar
condicionado, segurança e propaganda em geral. A propaganda da loja tem que ser
paga pelo próprio lojista. Dessa forma, o shopping center é um grande negócio
para o empreendedor e pelas lojas âncoras, que não pagam ou pagam alugueis muito
poucos. Por isso mesmo a sua proliferação pelo mundo inteiro é um sucesso sem
par.
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