20/05/2018  - RETOMADA MAIS LENTA DESDE 1980




Estudo de Afonso Celso Pastore, que já foi presidente do Banco Central e professor da USP, ao analisar a série do PIB brasileiro desde 1980, revela que o Brasil está tendo a mais lenta retomada do crescimento econômico. Pastore afirma que estão emperrados o consumo das famílias e o investimento privado. Passados quatro trimestres do fim da recessão de 2014-2016, ou seja, o ano passado e o primeiro trimestre deste ano, a economia brasileira está só 2,2% nos quatro trimestres. Na penúltima recessão, considerando quatro trimestres, a economia já tinha crescido 4,2%. Naquela época, havia superávit primário e Lula elevou os gastos, concedeu mais subsídios e cortou impostos. O governo de Michel Temer tem estado com déficits primários, o que impede de adotar o que ocorreu de 2009, quando se saiu mais rapidamente da recessão. Os investimentos da União, Estados e municípios estão em patamares mínimos. A Petrobras está sendo recuperada, em um processo de reengenharia, do qual transfere as elevações de preços internacionais do petróleo à economia doméstica. O setor empresarial não conseguiu se reerguer até o momento e a maioria das empresas nacionais tem elevada capacidade ociosa.

Faltando menos de seis meses para a eleição presidencial, os programas econômicos dos candidatos não têm a clareza de quem vai dinamizar o País. O presidente Temer parece que desistiu de encaminhar as reformas estruturais. As projeções de crescimento do PIB estão saindo da direção de 3% e indo em direção a 2%.

Em suma a incerteza política continua jogando areia na engrenagem econômica.

Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

ONDAS DE CALOR

  07-08-2023 O mês de julho registrou as maiores ondas de calor da terra, conforme observatório europeu Copernicus. Ou seja, 0,33 graus Celsius, acima do recorde anterior, que foi em julho de 2019. O calor elevado tem trazido também incêndios por todo o globo. A seguradora Allianz Trade tem estudos de que a China pode perder até 1,3%, a Espanha, 1%, a Grécia, 0,9%, Itália, 0,5%, os Estados Unidos, 03% e, a França, 0,1%. na taxa do crescimento do PIB. Já a media mundial poderá ter um recuo de 0,6% do PIB em 2023. Em relatório específico a referida seguradora afirmou que: “Nos últimos meses, Estados Unidos, Europa, China e outros países da Ásia enfrentaram aumentos recordes de temperatura. A mudança climática aumentará frequência ea intensidade de episódios de calor extremo, o que criará um ‘novo normal’ de ondas de calor e de incêndios. Eventos como estes não têm impacto apenas pessoas e na vida selvagem, mas também nas economias. Os trabalhadores afetados pelo calor reduzem as
Leia mais

LÓGICA DO AGRONEGÓCIO

  No dia 5, próximo passado, foi realizado o Exame do Ensino Médio (ENEM), que considera apto para ingressar nas universidades brasileiras, os alunos aprovados por notas classificatórias. A prova constou de 90 questões e trouxe uma questão bastante polêmica, criticando a “lógica do agronegócio” na região dos Cerrados, considerando de forma negativa a propriedade privada e, por via de consequência, “o modelo capitalista (que) subordina homens e mulheres à lógica de mercado”. Conforme o citado quesito: “No Cerrado, o conhecimento local está cada vez mais subordinado à logica do agronegócio. De um lado o capital impõe os conhecimentos biotecnológicos, como universalização das práticas agrícolas e de novas tecnologias e, de outro, o modelo capitalista subordina homens e mulheres à lógica de mercado. Assim, as águas, as sementes, os minerais, as terras (bens comuns) tornam-se propriedade privada. Além do mais, há outros fatores negativos, como a mecanização pesada, a ‘pragatização’ dos se
Leia mais

PREVISÕES SEMANAIS

Desde o ano 2.000 que o Banco Central ausculta semanalmente 100 economistas de instituições financeiras sobre as expectativas pra a inflação, PIB, SELIC e dólar. A mediana das estimativas para a inflação deste ano ficou igual à emana anterior, sendo IPCA estimado de 4,86%, enquanto o cent5o da meta continua em 3,25%, mais o viés de alta, somando 4,75%. Para 2024, foram alteradas de 3,86% para 3,87%. Para, 2025, ficaram iguais a 3.50%. Quanto à SELIC os economistas mantiveram a previsão de 11,75% no final deste ano. Para 2024, ficaram estáveis as estimativas de 9%. Para 2025, em 8,5% ao ano. Referente ao PIB, a mediana das previsões para 2023 foram de 2,92%. Para 2024, foram mantidas em 1,5% e, para 2025, em 1,9%. Em relação ao dólar comercial as apostas são de R$4,95 para este ano. Para 2024, R$5,02 e, para 2025, R$5,10. Em geral, o quadro pouco mudou nos indicadores previstos, continuando a economia brasileira em seu voo baixo, quando o País precisa deslanchar. O grande en
Leia mais