27/05/2018 - DESABASTECIMENTO E NÃO GREVE




Problemas das paralisações de veículos automotivos de transportes dos últimos seis dias têm sido chamados de greve dos caminhoneiros. Caminhões espalhados parados pelo território nacional são visíveis, estacionados nas margens das estradas aos montes e estão causando enormes prejuízos para a sociedade brasileira, cuja síntese está sendo o desabastecimento. Esta está sendo a maior onda de paralisações já ocorrida. Nenhum partido político está apoiando o movimento de caráter nacional. Em princípio, a população está apoiando, mas já está percebendo que os maiores ônus virão para ela. A frota de caminhões brasileira é composta de cerca de dois milhões de caminhões, dos quais 30% são de motoristas autônomos. Assim, ficou evidente para as autoridades governamentais que os 70% dos grevistas eram donos de empresas. O resultado final, até agora, tem o sido o forte desabastecimento.

O motivo da greve foi a política de preços dos combustíveis da direção da Petrobras, encabeçada por Pedro Parente, executivo respeitado no mundo empresarial. Desde julho de 2017 que a estatal tem elevado preços praticamente a cada dia, transferindo os aumentos do barril do preço internacional do petróleo. Porém, o alvo dos grevistas tem sido o preço do óleo diesel. Para ele foram feitas as reivindicações de retirada de tributos, federais e estaduais. O governo federal fez acordo de trégua por 30 dias, solicitando à Câmara ao Senado que aprove redução do PIS/COFINS e retirada da CIDE sobre o referido óleo. No debate da lei a ser aprovada é possível que a gasolina seja contemplada. O presidente da Petrobras declarou que haverá uma redução de 10% dos preços dos combustíveis e de que será redefinida a regra de reajustes deles.

Conforme coluna de hoje, “Escolhendo o inimigo”, de Eliane Catanhêde, no jornal Estado de São Paulo, no seu último parágrafo: “Há, porém, um problema aí: essa engenhosa negociação é para o diesel. E a gasolina, que bate direto no bolso do cidadão e da cidadã? A resposta do governo é que não é por causa da gasolina, e sim do diesel, que sobem os preços da carne, dos ovos, de toda cadeia produtiva. Ok. Agora vai lá combinar com os russos. Ou explicar o litro a R$5,00 para quem tem pouca opção e precisa encher o tanque para tocar a vida”.


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