12/05/2018 - DUPLICATA ELETRÔNICA
Projeto de lei está no Congresso, visando à criação da
duplicata eletrônica, tem como objetivos desburocratizar o seu processo, evitar
fraudes e aumentar a concorrência dos bancos, que descontam duplicatas. O texto
está bastante tempo na Comissão específica da Câmara, para sua aprovação e
submeter ao plenário. Entretanto, o projeto sofre várias resistências dos
milhares de cartórios e de juízes, que querem o processo atual, que exige muito
papel, taxas de descontos e taxas dos protestos de títulos. Na verdade eles
perderão receitas com a modernização eletrônica. O Brasil é o país cartorial
por excelência. As duplicatas protestadas no ano passado alcançaram R$15
bilhões. Segundo o Banco Central em 2017 foram emitidas cerca de R$60 bilhões. Os
cartórios conseguiram uma vitória, que é um atraso burocrático, de manter um
registro daqueles títulos no Banco Central. Não é atoa que o Banco Mundial
considera o país em 120º lugar no ambiente geral dos negócios.
A burocracia é o maior entrave para os negócios no País. Nos final
dos anos de 1960, durante a execução do Programa Estratégico do
Desenvolvimento, criou-se o Ministério da Desburocratização, dirigido por Hélio
Beltrão. Simplificou-se processos tal como o que estava manuscrito valia mais
do que o datilografado, hoje digitado. Isso ainda prevalece. Outro avanço foi
de não precisar mais ter o reconhecimento de firmas pelos cartórios e de
autenticação de firmas. Regrediu-se para que os documentos pudessem ser
covalidados por funcionários públicos. Depois, regrediu-se para a
obrigatoriedade de reconhecimento de firmas em todo tipo de papel, contratual
ou não, para fins de uso legal.
Enfim, a burocracia crescente facilita a corrupção, tornando
ineficiente o sistema econômico. Agora mesmo, em dois anos de governo de Michel
Temer, tendo que se implantar as reformas estruturais, pouco se fez, quando a
reforma tributária e a reforma de Previdência Social são imprescindíveis. Ficaram
para o próximo governo. A burocracia e a ausência de reformas são tão evidentes
que, embora o governo tenha previsto 3% de crescimento para este ano, ele mesmo
recuou para por volta de 2%, confirmado pela equipe econômica do Banco Itaú.
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