19/05/2018 - DESALENTO É QUE MAIS ESTÁ REDUZINDO TAXA DE DESEMPREGO
O desalento é que está mais reduzindo a taxa de desemprego
brasileira, segundo o IBGE, ao registrar o desemprego do primeiro trimestre
deste ano. A constatação do IBGE é severa porque se trata da Pesquisa por
Amostra de Domicílios Contínua (PNAD-C). Isto é, mensalmente o IBGE faz
enquetes em mais de 3.500 municípios brasileiros, correspondendo a cerca de 95%
da população brasileira. O Brasil atual tem 6.570 municípios. A pessoa
desalentada é aquela que já não acredita que tenha oportunidades profissionais.
Quem desiste de buscar uma vaga não apenas sai do mercado de trabalho, mas
também é excluído das estatísticas de desemprego. Ou seja, em um ano, até data
da pesquisa, 511 mil pessoas desistiram de buscar emprego e deixaram as
estatísticas de desocupação. O estoque de pessoas na condição de desalento,
desistência de procurar emprego, era em 31 de março de 2018 de 4,6 milhões. Aí
está, portanto, a maior parte da diferença da taxa de desemprego ter caído de
13,7%, no primeiro trimestre de 2017, para 13,1%, no trimestre divulgado. A
economia brasileira reagiu muito pouco em 2017, crescendo 1%. Neste ano, é
esperado que cresça em maior ritmo. No entanto, o primeiro indicador de
atividade econômica, o IBC-Br do Banco Central mostrou retração de 0,13% no
período trimestral divulgado. O resto é uma incógnita.
Por conseguinte, a taxa de desemprego é maior no Nordeste,
15,9%. Em seguida, no Sudeste, 13,8%; Norte, 12,7%; Centro Oeste, 10,5%; Sul,
8,4%. Consequentemente, onde há mais desemprego há mais violência, o que escapa
aqui agora estudar. Há no Brasil um estudo anual chamado de Mapa da Violência.
Do estoque de 4,6 milhões de pessoas desalentadas, os dez
maiores em desencanto pelo emprego são: Bahia, 430 mil; Minas Gerais, 410 mil;
Pernambuco, 33 mil; Ceará, 329 mil; Pará, 315 mil; Alagoas, 143 mil; Piauí, 184
mil; Rio Grande do Norte, 181 mil.
A PNADC revelou que à taxa desemprego de 13,1%,
acrescentando-se os subocupados (os desalentados estão fora dela) cresceu para
24,7%. Isto é, correspondem a um exército de reserva de 27,7 milhões de
cidadãos. Ademais, a PNADC revelou que existiam na data da pesquisa 25 milhões
de jovens fora da escola.
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