05/05/2018 - CONTRADIÇÃO APARENTE DO AGRONEGÓCIO
Desde o último quartel do século XX que a agropecuária
retornou a hegemonia que teve nos séculos anteriores, desde o descobrimento em
1500. É o mesmo perfil da agropecuária só que com melhores e maiores
tecnologias, que a classificam hoje como agronegócios, devido ao seu caráter abrangente,
tanto na economia doméstica como internacional. De pouco mais de 10% do PIB, na
época em referência, hoje o agronegócio é responsável por 23% do PIB. Ademais,
nunca deixou de ser a maior bancada no Congresso Nacional. São centenas de
congressistas. Nenhum presidente realiza bem a sua gestão sem o seu apoio. Com
os governos do PT não foram diferentes. Eles deram as cartas marcadas, fazendo
empresas gigantes, campeãs nacionais, tais como as do grupo JBS-FRIBOI e do
grupo SADIA-PERDIGÃO.
Dentre os setores produtivos, agropecuária, indústria,
comércio/serviços, a produtividade agrícola é a que cresce sem parar desde o
citado quartel do século passado. Daí, avança, puxando o tão fraco PIB
conjunto, dos tão debilitados PIBs dos dois outros setores produtivos. O seu
êxito é tão grande, que ele apoie todo e qualquer presidente. Recentemente,
ficou com Dilma até o fim. Apoia Michel Temer, sendo este um dos mais
impopulares governos, não tendo nem mais de 5% de popularidade. A agropecuária
é o mais conservador setor produtivo. Os seus políticos defendem bandeiras
velhas do Brasil ultrapassado, principalmente no comércio internacional. O
interessante é que eles não têm, desde Getúlio Vargas, de 1930, um candidato
puro sangue. Estão sempre por trás dos políticos e o apoio nem sempre é aberto.
Muitos atem sido velados.
Qual é? O agronegócio não quer um Brasil desenvolvido? Isso
então seria uma contradição. Não é. O agronegócio, embora seja moderno na
economia é atrasado nas suas relações políticas, como forma de dominação que se
pretende eterna.
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