01/06/2018 - EFEITO MULTIPLICADOR




John Maynard Keynes sintetizou em seu livro “Teoria Geral – dos juros, do emprego e da moeda”, a teoria macroeconômica até hoje acreditada. Isto na primeira metade do século XX. Para ele, a demanda efetiva é quem dirige a economia. Também chamada de demanda agregada, que é a soma do consumo das famílias mais os investimentos privados, mais os gastos e investimentos do governo, mais o saldo da balança comercial, este a diferença entre exportações e importações. Como equivalente se tem a oferta agregada, que é o PIB. Ou seja, demanda global é igual à oferta global, em equilíbrio, conforme ensinou Adam Smith.

Dentro dos gastos do governo existem os gastos correntes e os gastos em infraestrutura. Estes últimos são, na verdade, investimentos do governo. Os cerca de 36 presidentes da República do Brasil procuraram tornar os investimentos do governo em verdadeiro multiplicador dos investimentos privados, conforme ensinamento e Keynes. Foram os principais gestores Getúlio Vargas, Juscelino Kubitscheck e Lula. Não sem motivo, os presidentes mais populares do Brasil.

Pegando o último, o mais interessante pelo aqui e agora, vê-se que houve muita promessa e pouco resultado. Em janeiro de 2007, o governo Lula lançou o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), para tirar a infraestrutura brasileira do largo atraso. Em 2017, o presidente Temer lançou o Programa Avançar, prometendo concluir milhares de obras paradas.

Dessa forma, R$1,9 trilhão é a soma que o governo afirma ter sido investida em infraestrutura nas obras do PAC de 2007 a 2015. Em consequência, existem hoje 7.400 obras inacabadas, incluídas no Programa Avançar, que o governo Temer prometeu concluir até dezembro de 2018. Porém, 8.239 obras paradas existem no País. O montante a ser aplicado no Programa Avançar é de R$130 bilhões. Entretanto, R$627 bilhões é o montante de projetos em fase inicial, mas que ainda não tem data para começar a sair do papel. As fontes desses números advêm da Confederação Nacional dos Municípios. Por que tantas pendências? Sem dúvida, efeito da operação Lava Jato, ao revelar a corrupção sistêmica com as empreiteiras, a Petrobras e políticos, levaram às revisões dos contratos. Em seguida, a forte recessão escasseou os recursos.

Em resumo, efeitos negativos que ainda estão a prosperar.

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