30/03/2018 - DEPÓSITOS COMPULSÓRIOS NO BC




O Banco Central (BC) é o xerife do mercado financeiro. É o banco dos bancos. Juntamente com o Conselho Monetário Nacional (CMN) define a principal política econômica do governo, que é a política monetária. No combate à inflação, o BC atua principalmente com juros básicos (a SELIC) e com depósitos compulsórios. A relação entre estas três variáveis é direta, na atuação correta do BC. Se a inflação sobe, a SELIC também sobe e os depósitos compulsórios se elevam para reduzir a quantidade de moeda em circulação. O inverso é verdadeiro. Na atual retomada da economia, desde outubro de 2016 que o BC reduziu a taxa SELIC, paulatinamente, de 14,25% para 6,5%, conseguindo ainda pequeno aumento do PIB, de 1% em 2017 e a estimativa era de que crescesse 3%, em 2018. No entanto, as atuais conjecturas do mercado financeiro a reduziu para 2,5%, relativo ao próximo ano. O BC, então, iniciou ontem outra área de reação, que é a redução dos depósitos compulsórios, a partir de abril, para injetar cerca de R$25 bilhões na economia, estimulando o crédito bancário.

O BC reduziu de 40% para 25% a parcela dos depósitos compulsórios à vista, que os bancos são obrigados a recolher diariamente. Os depósitos compulsórios sobre a poupança rural caiu de 21% para 20%. Já sobre a poupança comum, referidos depósitos caíram de 24,5% para 20% do total. Os níveis que se quer agora voltar são daqueles anteriores a 2008, quando a economia brasileira crescia acima de 5% anuais e fora detonada a crise mundial, a segunda maior após a grande depressão de 1929.

As reduções dos depósitos em tela liberam mais recursos para o sistema bancário emprestar e, consequentemente, crescerá a oferta agregada. Os bancos de uma maneira geral se queixavam de que os depósitos compulsórios estavam muito altos, o que reduzia sua capacidade de emprestar e obter melhores resultados. Por isso, que as taxas bancárias de juros estão muito altas.

O governo federal continua com déficit primário em fevereiro, depois de superávit em janeiro.  Déficit consolidado para este ano está aprovado pelo Congresso em R$159 bilhões. Cifra tão alta engessa o governo central de realizar investimentos em infraestrutura e de menor capacidade da economia em estimular o investimento privado, para que, ambos, façam crescer o PIB potencial e o real.


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