22/03/2018 - BANCO CENTRAL E SISTEMA FINANCEIRO COM JUROS INVERSOS
Desde outubro de 2016, quando a SELIC estava em 14,25%, o
Banco Central a vem baixando, visto que a inflação também bastou de forma
consistente, estando hoje por volta de 3%. A taxa básica de juros, a SELIC
baixou continuamente até 6,75%. Ou seja, caindo 53%. Mas, tais eventos não
foram acompanhados por redução dos juros bancários. Ora, os bancos não querem
emprestar mais? Qual a lógica do sistema bancário, tanto de bancos oficiais
como de bancos privados? Ao emprestar a elevadas taxas, o sistema financeiro seleciona
aqueles que lhe podem dar maior lucro, embora corra riscos de calotes. Porém,
para os calotes eles têm os contratos, que são lastreados em garantias, que
podem ser executadas. Geralmente, as garantias são de valor bem acima dos
créditos. Os tomadores de crédito, por sua vez, poderão ter negócios que podem
fazer alavancagem financeira. No entanto, os bancos emprestam menos do que
deveriam. Por exemplo, a demanda das empresas por crédito sofreu um tombo de
15,4%, na comparação com janeiro, que, por sua vez, registrou uma expansão de
5,1% sobre dezembro de 2017. No mesmo mês de fevereiro do ano passado, a
demanda das empresas por crédito mostrou crescimento de 1,2%. No acumulado de
janeiro e fevereiro, as instituições financeiras receberam 6,7% a mais de
solicitação de crédito pelas empresas. Quer dizer, é uma ida e vinda por
crédito, que deixam os bancos a vontade para praticarem as taxas que lhes
aprouverem.
Ontem, houve mais uma reunião do Banco Central e a SELIC se
reduziu para - 6,5%. A menor taxa histórica. A reunião ainda, surpreendentemente,
sinalizou que poderá ainda reduzir a SELIC em maio. Mesmo assim, o crédito para
o comércio, desde outubro de 2016, reduziu-se - 9,4%; para veículos - 7,15%;
para cartão de crédito - 29,45%; para empréstimo pessoal, -11,47%. Na
contramão, para o cheque especial houve a elevação de 0,29%.
Por que o sistema bancário tem os maiores lucros da economia
brasileira? Ora, não há receitas bancárias somente de juros, os bancos cobram também
tarifas em uma extensa gama de serviços. As tarifas sobre eles são livres.
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