27/03/2018 - EMPREITEIRAS AINDA APAGAM CHAMAS
O mal que vinha fazendo as 29 grandes empreiteiras era,
sobretudo, a corrupção, que encarecia as obras públicas e desviava dinheiro
para malfeitores. As investigações que se iniciaram quatro anos atrás,
denominada operação Lava Jato, pôs freios as suas atuações, fazendo com que
sejam negociados acordos de leniência e que elas tenham departamentos de
compliance, de ética nos negócios. Ao ficarem proibidas de realizar obras
públicas, as referidas construtoras desempregaram em massa, reduzindo a sua
produção e, consequentemente, o PIB nacional. Pesadas multas terão de pagar.
Emagreceram, sobremodo, revitalizadas, esperando-se que venham a ser
eficientes.
As investigações expostas em 50 fases da operação Lava Jato
tem como pano de fundo os cartéis das empreiteiras citadas e se relacionam com
obras do Programa de Aceleração do Crescimento e obras antigas, inacabadas,
como é o caso da usina atômica Angra 3. Construída por um consórcio liderado
pela Odebrecht, Camargo Correia e Andrade Gutierrez. O Tribunal de Contas da
União auditou a obra e condenou as empresas a ressarcir a União em R$1,6
bilhão, devido ao sobrepreço, sendo consideradas inidôneas, proibidas por até 5
anos de realizar concorrência pública. No entanto, se efetuados os acordos de
leniência, elas poderiam volta a participar de concorrência pública. A Camargo
Correia já assinou o seu. A Odebrecht há um ano fez proposta de acordo de
leniência, mediante delações de 78 executivos e ex-executivos da empresa,
prestes a assinar. A Andrade Gutierrez também. Os acordos são feitos após
aprovação da AGU e da CGU.
Por seu turno, a Odebrecht assinou ontem o primeiro contrato
de licitação pública, o primeiro depois de iniciada a Lava Jato. A empresa foi
contratada pela estatal federal Furnas, subsidiária da Eletrobras, pra
modernização de uma usina termelétrica, no valor de R$600 milhões.
Os processos estão demorando de acontecer. O governo federal
com crescentes déficits primários não tem condições de reativar as obras do PAC
e de realizar inúmeras parcerias público-privadas. O resultado final é de que a
economia cresce pouco e demora muito o desgaste do desemprego.
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