04/03/2018 - RELAÇÕES COMERCIAIS BRASILEIRAS
O governo português instalou na colônia brasileira um sistema
rigoroso de amarras, para que o Brasil fosse um dos últimos países do mundo a
conquistar sua autonomia diretiva. Fato que somente vem acontecendo desde 1994,
depois do Plano Real, que lhe deu estabilidade monetária. O Brasil foi amarrado
por Portugal com uma monumental burocracia, cuja maior expressão foram e ainda
são os cartórios. Mediante a independência política de 1822, o Brasil foi
submetido indiretamente à Inglaterra, quando assumiu a dívida externa de
Portugal, já que Portugal fora praticamente destruído por Napoleão, além de ao
fazer guerras com Portugal, o Brasil colocou também na dívida externa, os
débitos de guerra. Mas, o predomínio comercial inglês já aconteceu em 1808, com
a abertura dos portos às nações amigas. Portugal pagava 16% de imposto das
importações. Inglaterra pagava 15%. Assim, sempre foram difíceis as relações
comerciais com o exterior. No mercado interno, a agropecuária sempre teve a
maior influência no Congresso, a maior bancada, como é até hoje. Assim,
aconteceu, desde o Plano Real, a redução da dívida externa no total da dívida
brasileira. Isto é, a maioria da dívida pública foi se tornando interna. Hoje a
dívida externa é inferior a 5% da dívida total. FHC teve que recorreu ao FMI.
Porém, anos depois, Lula pagou ao FMI. A dependência externa veio diminuindo e
hoje o Brasil tem um colchão de mais de US$380 bilhões, que pode pagar mais de
três anos de importações, mesmo que nada seja exportado, por hipótese.
Há décadas que o Banco Mundial vem rebaixando o Brasil na sua
pesquisa anual de ambiente geral de negócios (doing business). Dessa forma, sua
classificação negativa atual é de 120º entre cerca de 190 países examinados. Em
2015, por exemplo, estava em 116º lugar entre 189 países. As e Federações e a
Confederação de Comércio se reportam que muitas das regras comerciais, de 1850,
por exemplo, estão vigentes. A última tentativa de fortes mudanças, de
iniciativa das referidas instituições, estão contidas em projeto de lei desde
2012. O certo é que a legislação nunca acompanhou a velocidade de negócios. O
Brasil é considerado um país fechado. Um país pequeno no comércio
internacional, sendo responsável por apenas 1% das transações mundiais.
O País precisa de uma lei específica sobre o tema. O projeto
do Novo Código Comercial parece atender aos anseios dos citados órgãos, principalmente
para dar segurança jurídica aos negócios. Um dos pontos positivos é a
regularização de contratos e títulos de crédito eletrônicos, não previstos na
legislação atual. As entidades citadas acreditam que as novas regras
possibilitarão abrir mercados, atrair investidores, trazer produtos de melhor
qualidade e preços mais justos para os consumidores.
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