03/03/2018 - INVESTIMENTOS PRIVADOS RETORNAM DEPOIS DE 14 TRIMESTRES




A referência acerca da taxa de poupança sobre o PIB, aqui, ontem, que cresceu de 13,9% para 14,8%, de 2016 para 2017, estaria ainda muito aquém daquela de 2007, que se situava em 19,3% do PIB. O seu corolário seria que o setor produtivo voltou a investir no Brasil, após um longo período de perdas. A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que é medida dos investimentos privados no Brasil, encerrou o último trimestre de 2017 com crescimento de 3,8%, em relação ao mesmo período do ano anterior. Enquanto a FBCF cresceu 3,8%, no último trimestre, o PIB cresceu 1% o ano inteiro, visto que há uma defasagem entre os investimentos que se fazem na atualidade até eles se tornarem produtivos, geralmente demandando vários anos. O resultado do investimento privado interrompeu uma sequência de 14 trimestres consecutivos de queda. Entretanto, a taxa de investimento dos quatro trimestres de 2017, desceu a 15,6%, atingindo o patamar mais baixo da série histórica iniciada em 1996. Em síntese, entende-se que o caminho até a recuperação das perdas passadas será longo. Por exemplo, a retomada dos investimentos pesados ainda depende do andamento das concessões, da redução da capacidade instalada e da melhoria do ambiente político. O fato é que em 2017 a FBCF ainda ficou em – 1,8%, no ano todo. Assim, o investimento se tornará robusto, quando a sua taxa estiver em 20% do PIB.

Para 2018, o IPEA está projetado um incremento do investimento privado de 5,2%. Já em 2017, o componente de máquinas e equipamentos cresceu 3%, enquanto o componente da construção recuou 5,6%. Os demais tipos de investimentos, como pesquisa em inovação e em desenvolvimento cresceram 1,2%. O que mais puxou a retração do investimento global nos mais de três anos (2014-2017) foi a maior redução dos investimentos públicos, em razão dos déficits primários, que não pararam de ocorrer desde 2014. Ademais, ainda haverá muito tempo para que o investimento público retorne forte, isto é, quando aparecerão superávits primários. Enquanto isto está o País à busca de incrementos dos investimentos privados, sejam diretos ou sejam em parcerias público-privadas.

Como o governo é sempre otimista, o Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles afirmou: “O ritmo de crescimento da economia é forte, tanto que mantemos projeção de alta de 3% em 2018”.


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