29/03/2018 - CAIXA TEM BUSCADO A LUCRATIVIDADE
Criada durante o Império, há 157 anos, a Caixa Econômica
Federal (Caixa, simplesmente) é a principal receptora da caderneta de poupança
do brasileiro. Empresa pública. Isto é, 100% do governo federal. É considerada
o banco que deveria ter as boas práticas sociais. No entanto, como a sua
diretoria tem sido escolhida pelos políticos, em sua história, inúmeros
escândalos de desvios de recursos, de corrupção, de propina, de roubo a
colocaram na história como uma instituição que dava prejuízo. No entanto, a
partir do Plano Real, de 1994, a Caixa passou a visar o lucro também como um
dos seus objetivos. Dessa forma, na continuidade, ela obteve em 2017 o maior
lucro da sua história, no valor de R$12,5 bilhões, valor 202,6% superior do que
o registrado em 2016. A partir de agora o seu presidente, quando indicado, terá
de ser aprovado pelo Banco Central. Parece que é uma tendência dela passar a
ser dirigida principalmente por técnicos, homens de mercado. Alias tendência
que deverá ser estendida aos bancos estatais. Em princípio, a verdadeira
tendência democrática é que passe a ser dirigida com departamento de
compliance.
Em sua propaganda atual e festiva, informa que tem 87 mil
empregados. Confiança de 88 milhões de
clientes, além de pagar o cartão cidadão do Programa Bolsa Família, que alcança
13,82 milhões de famílias. Considerando que estas são de pessoas pobres, que
tem mais filhos, em cerca de três por família, poderiam ser beneficiados em
torno de 41,46 milhões de pessoas. Na área de habitação, em 2017 a Caixa
financiou 540 mil novas moradias, sendo 482 mil unidades contratadas no
Programa Minha Casa Minha Vida. No Brasil inteiro foram construídas 750 mil residências.
A Caixa tem 72% desse mercado. No ano passado, o governo federal autorizou a Caixa
a liberação de contas inativas do FGTS, para incentivar o consumo das famílias
e redução de dívidas delas, no valor de R$44 bilhões, a 26 milhões de cidadãos.
No campo creditício, a liberação de recursos alcançou R$368,3 bilhões para
pessoas físicas e jurídicas. A Caixa pratica as menores taxas de juros do
mercado creditício. Os investimentos ambientais atingiram RR$18,59 bilhões,
aplicados em 22 projetos de energia limpa, compreendendo 335 biodigestores,
nove usinas fotovoltaícas a criação da primeira agência zero energy do Brasil.
No patrocínio do esporte aplicou R$244 milhões. Na cultura o investimento foi
de R$82 milhões, financiando 950 espetáculos e exposições pelo País.
A Caixa deixou de fazer propaganda de quanto empresta para
Estados e municípios nacionais para aplicar em infraestrutura. Certamente, é
bem mais do que na área de habitação. Também deixou quanto teve de colocar em
prejuízos dinheiro mal aplicado ou desviado das verdadeiras orientações de
crédito. Isto envolve indivíduos, empresas e governos.
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