15/03/2018 - CRESCIMENTO POPULACIONAL E PREVIDÊNCIA
Depois da estabilização monetária, mediante Plano Real de
1994, retirados efeitos inflacionários que se escondiam, ficou mais claro a
existência de déficits previdenciários. Daí cogitou-se a reforma da Previdência.
Durante a era FHC o que se conseguiu foi estabelecer-se o fator previdenciário.
Durante a era Lula, tentou-se, mas não se conseguiu reforma nenhuma. Dilma,
também não. Temer, também não.
Os países do mundo passam por crescimento populacional em
progressão geométrica crescente. Em certa época e única, atinge todo país o
bônus demográfico, quando a maioria da população é produtiva e, fatalmente, a
população caminhará em progressão geométrica decrescente. Velhos e jovens, cuja
maioria não trabalhará passará a ter um custo cada vez maior para o Estado. É
isto que aconteceu nos países mais velhos e desenvolvidos.
No caso brasileiro, em 1960, a média de filhos por mulher era
acima de 6. Em 1978, menos de 20 anos era acima de 4. Iniciou o atual século
com 2 filhos por casal. Nesta década está abaixo de 1,5 filho por casal. Mais
uma ou duas décadas a população ainda crescerá. Mas, irá decrescer de forma
rápida a partir de 2050.
Nos últimos 60 anos tem sido crescente de forma exponencial mis
aposentados e pensionistas, recebendo por mais tempo, visto que o progresso da
ciência tem prolongado a vida dos cidadãos. Por seu turno, menos cidadãos vêm
trabalhando e contribuindo para a Previdência. Além do mais, nas últimas
décadas foram criados benefícios previdenciários, sem a contrapartida de
funding, a exemplo da aposentadoria rural e a aposentadoria por velhice, ambos
sem constituírem recursos para garantir a capitalização previdenciária.
Neste ano, a reforma da Previdência está no centro dos
debates, haja vista que este ano está previsto gastar R$850 bilhões com a
Previdência, do gasto público total de R$1,7 trilhão projetado. Ou seja, 55% do
gasto total. Por sua vez, o gasto público se aproxima de 20% do PIB, dos quais
a Previdência já é 11% do PIB.
Considerando o fluxo de caixa das vidas envolvidas na
Previdência, o Tesouro já apresentou cálculo do déficit previdenciário atuarial
de R$14,6 trilhões. O fato é que faltará dinheiro para investimentos, a
inflação poderá recrudescer pelo aumento do gasto público, mais imposto e mais
dívidas públicas.
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