24/08/2017 - LINHA TÊNUE DE RECUPERAÇÃO
É um consenso entre os analistas econômicos, de que o Brasil
saiu do fundo do poço. A questão é se já está na superfície e a quanto por
cento de crescimento? Para este ano, as previsões dos analistas estão próximos
de zero e os do próprio governo não ultrapassam 0,5% de incremento do PIB de
2017. Ao se considerar a prévia do PIB, Banco Central (BC) divulgou o IBC-Br,
do primeiro trimestre, de 1,2%, cuja principal causa se deve ao bom desempenho
da agropecuária, devido à supersafra e de grande parte de exportações de grãos,
gerando grande superávit comercial. Assim como ao considerar-se o incremento
estimado pelo BC de 0,3% do IBC-Br, para o segundo trimestre, este teve como
explicação a pequena melhora do consumo das famílias, muito embora o indicador
do PIB da Fundação Getúlio Vargas indique um recuo de 0,25%. Este é muito
pequeno e de menor espectro estatístico, valendo mesmo aquele cálculo do IBGE,
esperado como ligeiramente positivo.
Associe-se a tais sinais, a redução persistente da taxa
básica de juros, a SELIC, que saiu de 14,25% para 9,25% anuais e ainda está com
tendência de baixa, conforme súmula da reunião de 45 dias do BC. Dessa forma, a
taxa real de juros veio caindo de 7% para 4% ao ano, o que se traduz em
elevação dos investimentos, daqui para frente. Só não tem sido maior porque os
capitalistas estão aguardando o restante das reformas econômicas, como forma de
barganha.
Perante o desafio maior da União, que é acabar com o enorme
déficit primário, ontem o governo anunciou uma carteira de 57 projetos de
privatização, que serão incorporados ao Programa de Parcerias de Investimentos
(PPI), para serem vendidos, leiloados ou concedidos ao setor privado. Os ramos
escolhidos são principalmente nos sistemas de energias e de transportes. O
desafio é estimular a economia brasileira, para o governo poder fechar as
contas públicas. São esperados investimentos de R$44 bilhões, sendo a metade em
cinco anos. Nos ramos em tela estão a privatização da Eletrobras, 11 blocos de
linhas de transmissão de energia, terminais portuários, rodovias, aeroportos, venda
ou extinção de outras empresas públicas, como a Casa da Moeda, Companhia Docas
do Espírito Santo e do Maranhão, CASEMG, CEASAMG e Parque Olímpico do Rio. A
maior parte dos leilões está prevista para 2018. Os dois maiores projetos são a
privatização da Eletrobras e do Aeroporto de Congonhas (SP).
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