02/08/2017 - NOVOS AFAGOS A RURALISTAS E AO BAIXO CLERO




Os deputados federais se reúnem em 35 partidos, sendo que 28 se fazem representar na Câmara Federal. Porém, eles se dividem em bancadas. Por ordem das maiores estão a Ruralista, a Evangélica, a do Baixo Clero, a da Bala e a do Movimento Gay. Elas são defensoras intransigentes dos seus interesses econômicos. A Ruralista, ou Frente Parlamentar da Agropecuária, tem 210 deputados, sendo a mais forte e que sempre obteve financiamentos a juros subsidiados, quando não anistia, redução de multas e de juros. Embora a agropecuária seja hoje o segmento do agronegócio, que atingiu a maior produtividade, sempre eles procuram dever ao governo para obter concessões, conforme se verá adiante. A Evangélica, contendo 100 defensores, sempre lutou para que os templos não paguem tributos. São isentos da maioria deles e seguem na cola de vantagens financeiras e de isenções fiscais. O Baixo Clero é composto de 100 deputados, que são conhecidos por não apresentarem projetos, não se pronunciarem em plenário e trabalharem em bastidores. São hábeis em negociações e em fazerem emendas parlamentares, para que projetos de seus interesses sejam atendidos. A propósito, em sete meses deste ano, Michel Temer já liberou R$3,1 bilhões, dirigidos a 467 deputados, numa luta para permanecer no cargo. As outras bancadas, embora atuantes sejam em menor número de participantes.

Hoje a votação de afastamento de Temer. Ontem, ele assinou Medida Provisória de benefícios claros aos ruralistas. Além de financiamentos do Banco do Brasil, para o Plano Safra e de linhas de crédito do BNDES, ambas subsidiadas, sem contar com renegociações de dívidas de regiões sujeitas às secas, existem dívidas de R$8 a R$10 bilhões não negociadas. Os produtores rurais deverão pagar no mínimo 4% delas, de setembro a dezembro deste ano. A partir de janeiro pagarão em 176 vezes o restante da dívida, com descontos de 25% nas multas e 100% nos juros, relativos ao Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural), contribuição incidente sobre a receita bruta. Ademais, antes pagavam 2% de Funrural, que passará a 1,2% da receita bruta com a comercialização. Com isso, a alíquota total, que inclui outras contribuições, caiu de 2,3% para 1,5%. O Baixo Clero foi convidado para jantares e negociações de novas emendas parlamentares, e de distribuição de cargos. O próprio presidente Temer tem a desenvoltura de orgulhar-se de ter feito aprovar 11 MPs e de ter editado 14 MPs, em um ano e meio de governo. Assim, fica bem exposto o clientelismo, que só faz tornar ineficiente o sistema econômico e afastar a confiança de investidores e de consumidores, numa época de anseio pela recuperação econômica do País.

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