05/08/2017 - INTERPRETAÇÃO DA POUPANÇA




A caderneta de poupança é comumente chamada de poupança. Em economia, poupança é aquela parcela da renda disponível (renda total menos os tributos) que não é consumida. Conforme este conceito, poupança é um conjunto de ativos financeiros. Já os ativos financeiros compõem os meios de pagamento (M1, M2, M3, M4), que fazem parte da política monetária. Voltando, a mais simples interpretação, pelo terceiro mês seguido, os brasileiros depositaram mais do que sacaram na caderneta de poupança. Assim, julho foi o melhor resultado mensal, desde o mesmo mês de 2014. Porém, considerando sete meses, as retiradas são maiores do que os depósitos nela. No entanto, o mesmo período foi o melhor desde 2014. Geralmente, até 2014, os brasileiros depositavam mais do que retiravam da caderneta. A recessão, iniciada naquele ano, fizeram os poupadores retirarem dinheiro para manter-se, perante o desemprego, assim como para pagar dívidas, além do cenário de queda de renda, que parece reverter-se. Ademais, com a queda da taxa básica de juros, de 14,25% para 9,25% anuais, a caderneta ficou mais atraente do que várias aplicações financeiras, que pagam imposto de renda.

Tem analista financeiro por aí dizendo que se tem então um indício de que o investimento irá crescer e a produção. Isto não está garantido, porque, no quadro grave de desemprego de 13,5 milhões (no mês passado era 124 milhões; porém 500 mil foram para o mercado de trabalho informal, segundo o IBGE), o governo central liberou contas inativas, até julho deste ano, jogando R$40 bilhões no mercado financeiro. Parte desse valor foi para pagar dívida, parte para o consumo e parte para a poupança, visto que as poupanças em referência são de pequenos valores. Dessa forma, não foram tomadas novas medidas de atração do investimento. Logo, não está garantido nível de reativação maior da atividade produtiva.

No geral, o grosso mesmo da poupança para investimento está no grande capital, que continua aplicado em títulos públicos, que ainda rendem mais do que a caderneta de poupança e que propiciam taxa real de juros reais acima de 6%, dado que a inflação brasileira tem caído muito e está por volta de 3% anuais.

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