06/08/2017 - PODER EMPRESARIAL NO BRASIL
É claro que o poder empresarial no Brasil é do grande
capital. Se os pequenos e micronegócios empregam 63% da força de trabalho e são
responsáveis por 27% do PIB, o grande capital, que reúne em seu apoio o médio capital,
grande bloco responsável por 63% do PIB, mas respondem por menos de 20% dos
empregos, tendo a força no valor dos investimentos que realizam e na influência
política que exercem. Quando um mandatário da Nação é eleito democraticamente a
sua influência é menor, devido haver “pacto” (concessões, acordos) entre
categorias de classe. Como fez Lula. Não resta dúvida, que com Michel Temer é
diferente. Ele não tem apoio popular, mas tem apoio da base política que o
sustenta, principalmente na bancada ruralista e nos outros partidos onde os
grandes empresários mais influenciam (PMDB, PSDB e vários deputados de outros
menores partidos). A atual recessão, a mais forte já registrada, deve-se aos
erros dos governos do PT, em ampliar o tamanho do Estado e das empresas
estatais, aumentar a carga tributária e dividir o grande capital, ao
privilegiar “campeões” nacionais, em detrimento de outros grandes empresários.
Nenhuma classe é unida. Mas, a fração majoritária do grande capital, sim (banqueiros,
indústrias de grande porte, agroindústrias). Os campeões nacionais foram
escolhidos principalmente pelo BNDES, Banco do Brasil e Caixa Econômica,
mediante concessão de financiamentos subsidiados. Por outro lado, o cartel de
29 empreiteiras dividiu centenas de grandes obras no Brasil, onde se instalou a
corrupção sistêmica.
Michel Temer é diferente porque é grandemente a favor dos
grandes empresários e está obstinado em fazer as reformas ainda que, comprando
votos, do Congresso. Ele não faz concessões aos pequenos e o lado social do seu
governo está congelado. Ademais, vê-se ligado ao lado corrupto, ora investigado.
Quando se pensou que Temer desbancaria a estrutura anterior,
ele reforça o lado conservador. Um exemplo é a atuação do BNDES, que faz
grandes empréstimos e usa o cartão BNDES para os pequenos negócios. Quando se
pensava que era fortalecido o crédito ao pequeno, eis que estatísticas dão
conta de que justamente os desembolsos do BNDES, de janeiro a maio deste ano,
caíram 60% para os que usam o citado cartão: micro, pequenos e médios. Porém, a
causa da referida queda não é exclusiva do BNDES. O dinheiro é repassado aos
grandes bancos, que alegam haver grandes riscos em tais operações, sendo risco
total dos banqueiros e não do BNDES.
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