09/08/2017 - PREVISÕES DE REDUÇÃO DOS JUROS REAIS




Nesta semana o mercado financeiro está prevendo que a inflação deste ano subirá para 3,45%, conforme a lógica do reflexo nos aumentos recentes dos preços dos combustíveis. Por sua vez, o Banco Central, sinaliza que, em suas próximas reuniões, cortará os juros básicos da economia, a taxa SELIC, chegando a 7,5% no final do ano. Assim, haverá redução dos juros reais, no último cenário de reunião, para 3,91%. A ortodoxia leva à dedução que tal taxa será pequena para investidores brasileiros e isso poderá elevar a produção. No entanto, trata-se de taxa real ainda elevada para investidores estrangeiros. Um fator agravante no quadro é se ocorrer o mesmo que houve com a ex-presidente Dilma em 2011/2012, quando os juros básicos caíram, mas a inflação não o acompanhou, acabou subindo, gerando o princípio do fim dos governos do PT. O fato é de que no Brasil os juros reais são muito resistentes à baixa.

Dito de forma mais ampla, Armínio Fraga, que foi diretor do Banco Central do governo de FHC, de 1999 a 2002, assim se referiu na Folha do dia 08 passado: “Se a mudança imprimida for mantida na direção da consolidação da política econômica, representa uma coisa muito boa. Mas, pode acontecer o contrário, uma guinada populista e tudo ir para o brejo... Temer chegou ao poder com uma boa agenda. Foi parceiro preferencial do PT na roubalheira, na destruição da economia, mas teve o mérito de parar com aquilo e apresentar a proposta de reformas. Foi uma grande surpresa. Depois, ficou claro que os seus vínculos com um Brasil velho eram muito fortes”. Aqui se referiu principalmente sobre as denúncias da delação premiada do grupo JBS.

Para Fraga, as instituições do Brasil estão funcionando. O balanço de pagamentos está com muito bons resultados. Capitais externos estão vendo a oportunidade de vir para o Brasil, haja vista que a taxa de juros daqui ainda é bem positiva, em relação a países desenvolvidos onde é negativa ou próxima de zero. Para ele, apesar da confusão, o governo vem conseguindo aprovar as reformas. Assim, no seu dizer, o mercado prevê um 2018 tranquilo. Porém, a economia só voltará a crescer quando houver clareza sobre o próximo governo. Um nome novo na direção, sem vinculação com as velhas estruturas de poder. Evidentemente, que tentará novo pacto de poder, mas no quadro de renovação e soluções para os problemas de ineficiência e de corrupção nos setores produtivos. Novo ambiente geral de negócios, reformas estruturais, novos investimentos e novo ciclo de crescimento.

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