22/10/2014 - INFLAÇÃO EM ALTA



Em setembro a elevação geral de preços ultrapassou o modelo de metas de inflação, adotado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), órgão máximo de política econômica desde os anos de 1960. Daquela época até hoje, a preocupação central é para que a inflação seja controlada, em razão de que inflação alta leva para baixo o crescimento econômico e vice-versa, conforme comprovado pela teoria econômica. Desde 2001, o CMN fixa a meta para três anos, com viés para cima ou para baixo. Para o triênio 2014-2016, o CMN adotou 4,5%, sendo o viés de 2%. Ou seja, variação nos limites de 2,5% a 6,5%. Em setembro, a inflação anualizada alcançou 6,75%. Portanto, saiu da faixa de controle recomendada pelo referido Conselho. A previsão desta semana da pesquisa Focus do Banco Central, ouvidos 100 credenciados projetistas, é de que a inflação feche o ano em 6,51%. No ano passado fechou “exatamente” em 6,5%.

Na conjuntura atual, puxada pelos preços dos alimentos, a inflação dá sinais de aceleração para o final do ano. O IPCA-15, prévia da inflação oficial da primeira quinzena de outubro, atingiu 0,48%, alta de 0,09% em relação ao indicador do mesmo período do final de setembro. No acumulado de 12 meses, o indicador das quinzenas corresponde a 6,62%. O IPCA-15 mede a variação de preços entre a última quinzena do mês anterior e a primeira do mês corrente (índices elo). Especialistas em inflação, em face da alta dos alimentos, esta empurrará para cima a inflação. Portanto, será muito difícil mantê-la no teto da meta.

Ademais, a nova rodada de reajustes obrigatórios da conta de luz, autorizada ontem pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), ampliou para 17,63% o aumento médio das tarifas de energia, relativas a 68,7 milhões de unidades consumidoras em todo o Brasil neste ano. Os grandes consumidores, tais como as indústrias, tiveram em suas tarifas reajuste médio de 18,2%. Nas residências o aumento médio alcançou 71,41%. Foram autorizações para 56 distribuidoras de energia elétrica. Até dezembro, outras oito distribuidoras ainda terão analisados processos de reajustes tarifários pela ANEEL. Portanto, mais pressões inflacionárias.

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