20/10/2014 - PIB PPP


                             

O artigo de ontem, na Folha de São Paulo, da senadora Kátia Abreu, comenta o World Economic Outlook, isto é, o Panorama Econômico Mundial, elaborado pelo FMI, com a classificação mundial do PIB PPP, ou seja, o Produto Interno Bruto (PIB) em termos de Paridade do Poder de Compra (PPP). O PPP significa o quanto um punhado de dólares, em termos médios, compra de bens em cada mercado de um país do globo. O PIB normalmente calculado pelo IBGE do Brasil foi 2014 de US$3,1 trilhões, em sétimo lugar no mundo. O FMI manteve esse cálculo como correto em termos de paridade do poder de compra. Porém, alterou a classificação das chamadas maiores economias mundiais, em termos de PIB, maduramente industriais e tradicionais aliadas no mundo da bomba atômica, o chamado G-7. A saber, Estados Unidos, Japão, Alemanha, França, Reino Unido, Canadá e Itália. O G-7 “novo”, agora é considerado como PIB PPP, a saber, China, Estados Unidos, Alemanha, Japão, Reino Unido, França e Brasil, cedendo aparentemente seus lugares Canadá e Itália, para que o Brasil fique em sétimo lugar. É o que se depreende do seu artigo, embora ela não escreva isto explicitamente. Em suma, essa ideia de continuar afirmando que o Brasil é um dos sete grandes continua sendo propaganda oficial.

Acontece que a moeda brasileira, o real, está cerca de 31% valorizado em relação ao dólar. Isto fortalece o PIB PPP brasileiro, assim como fortalece o chinês, ao ponto dele ser recalculado como maior do que o dos Estados Unidos, visto que a moeda chinesa está muito mais valorizada. Na verdade, para afirmar isto se está armando um truque cambial.

A senadora ainda cita um G-7 emergente, formado pelos quatro fundadores do bloco BRIC, Brasil, Rússia, Índia, China, mais o bloco MINT, México, Indonésia, Turquia. Para aonde foi a composição BRICS, Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul?

A senadora também se refere às exportações brasileiras de US$240 bilhões, onde analistas econômicos observam que o agronegócio caminha para ser a metade delas, em bens e serviços, sendo a congressista citada a presidente da Confederação Nacional da Agricultura, defendendo o bom desempenho brasileiro. Seria ainda melhor se houvesse realismo cambial. Entretanto, ainda assim, o grau de abertura da economia brasileira, citada por ela, com base nos dados da Heritage Foundation, é de 69,7, abaixo da média mundial de 74,6, na escala de zero a 100. Em resumo, o Brasil continua sendo um dos países mais fechados do mundo.

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