15/10/2014 - DEMOCRACIA AMADURECE



A colonização brasileira foi de exploração, enquanto nos países avançados, tais como Canadá e Estados Unidos, a colonização foi de povoamento. Logo, é grande a distância do desenvolvimento desses países. No império, o Brasil teve de assumir a divida de Portugal, fazer mais dívida com guerra de independência, gêneses da atual dívida pública. Na República Velha, o voto era aberto e a mulher não votava. Na chamada Revolução de 1930, Getúlio Vargas chefiou uma ditadura de 35 anos. De 1946 a 1964, o Brasil possuiu uma conturbada democracia, vez que as forças conservadoras queriam manter o regime autoritário de longa tradição. Longa tradição de regimes políticos fechados ou autoritários no Brasil acabou em 1984, mas com a eleição indireta de presidente da República, depois de 21 anos de ditadura militar. Em 1989 aconteceu a primeira eleição direta da Constituição em vigor, de 03-10-1988. Eleito diretamente Fernando Collor governou 29 meses e quatorze dias, até renunciar. Deu segmento ao governo, o seu vice, Itamar Franco, que lançou o Plano Real, cujo criador, Fernando Henrique Cardoso, devido ao sucesso e estabilidade econômica obtida, foi eleito diretamente presidente por dois mandatos, em ambas as eleições em primeiro turno (1995-2002). Sucedeu-lhe Luiz Ignácio Lula da Silva, que também foi eleito em dois mandatos, em ambos no segundo turno (2003-2010). Na sexta eleição direta foi escolhida Dilma Rousseff, em segundo turno, em termino de mandato (2011-2014). Neste mês de outubro, Dilma Rousseff também vai ao segundo turno, na sétima eleição direta, no próximo dia 26, enfrentando Aécio Neves. No próximo ano, trinta anos de eleições, em sufrágio democrático, completa o maior tempo realmente liberdades no País. A democracia se torna madura.

Em seu novo livro, o cientista político americano Francis Fukuyama, intitulado “As origens da ordem política – da revolução industrial à globalização da democracia”, Editora Rocco, a ser lançado no primeiro semestre de 2015, defende a ideia de que as sociedades democráticas se submetem ao império da lei. Para ele são três pilares institucionais. O primeiro pilar é o Estado forte. Mas, não é o Estado autoritário e sim de um poder central respeitado e capaz de derrotar ataques desestabilizadores ao seu eixo central. O segundo pilar é um sistema duradouro do respeito às leis. O terceiro pilar é a capacidade social de controlar os governos, seus atos e sua burocracia. Em outras palavras, Estado forte, império da lei e responsabilização de todos.

 

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