01/10/2014 - CONTINUA FRACA A ECONOMIA




Fechando o terceiro trimestre as expectativas prosseguem como turvas. No primeiro e no segundo trimestres o PIB obteve incrementos negativos, caracterizando recessão técnica. Neste terceiro trimestre que ora se encerra na semana de eleições, começando no dia 29-09, anteontem, a bolsa de valores caiu 4,52%, o maior tombo em três anos, assim como o dólar subiu 1,69%, chegando a R$2,46, o maior patamar desde dezembro de 2008. Na avaliação de especialistas, o avanço nas pesquisas de intenção de voto na presidente Dilma, para um ciclo de 16 anos do PT no poder está exagerada. Eles acreditam que o mercado de ações e do dólar precificaram uma possível vitória da presidente e um rebaixamento da nota do País. Assim, as agências de avaliação de risco no ano que vem, visto que o desempenho econômico do seu governo tem sido medíocre, conforme taxas do PIB, não havendo mudança afirmativa nenhuma no horizonte de mais quatro anos. Como sempre, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, parece estar no mundo da lua, citando fatores exteriores como causadores do forte retrocesso: “O FED (banco central americano) está para tomar a decisão de quanto vai aumentar a taxa de juro. Isso causa especulações, volatilidade. Também tivemos o problema da Escócia, da Ucrânia. Há um quadro de alguma estabilidade no cenário internacional”, afirmou. Ora, o problema é aqui mesmo.

Ontem, último dia do mês, a bolsa caiu – 0,93%, fechando a queda de setembro em - 11,7%, o pior mês desde maio de 2012. Somente a Petrobras, em meio aos escândalos de corrupção, caiu - 23%. O dólar permaneceu estável. As contas públicas tiveram déficit pelo quarto mês seguido. O déficit primário de R$14,5 bilhões foi o pior desde a criação da série pelo Banco Central em 2001. Por outro lado, a meta anunciada do superávit primário é de 1,9% do PIB, ou seja, R$99 bilhões, o qual já foi no governo Lula de mais de 4%. A recomendação internacional do sistema financeiro é de superávit primário de 3% do PIB. Mas, o esforço fiscal no acumulado de 12 meses, corresponde a R$10,2 bilhões, ou seja, 0,3% do PIB. Para pagar os juros da dívida pública, calculado próximo de R$250 bilhões, menos de 10% poderão ser amortizados e mais de 90% terão que ser renegociados. Por seu turno, a dívida bruta sobre o PIB subiu para 60,1%. A dívida líquida é de 35,9%, porque se reduziram R$400 bilhões do que deve o BNDES ao Tesouro e também o valor das reservas internacionais, formas contábeis “criativas”, segundo especialistas internacionais. Por oportuno, o indicador de confiança da indústria caiu pela 9ª vez seguida, isto é, desde janeiro.

O que não dá para entender é a presidente Dilma ter declarado que o seu governo está passando em um momento ruim, por culpa da “conjuntura externa”, mas que “eu criei mais de um milhão de empregos por ano”. Não fecha. Nem é a presidente que cria emprego, e sim, as empresas, bem como se o emprego cresce, por longo tempo, o produto também cresce e não decai como aqui, além de que o momento ruim não é externo e sim basicamente interno.

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