16/10/2014 - 1º DEBATE DO 2º TURNO
Serão quatro debates nas redes de
televisão. No final da noite do dia 14, aconteceu o primeiro debate, em clima
tenso. Dilma Rousseff atacou Aécio Neves, acusando-o de nepotismo. Este pediu
que ela não só afirmasse, mas comprovasse. Aécio Neves atacou Dilma sobre
acusações de corrupção na Petrobras, desde 2004. Ela fazia cara de quem não
sabia de nada. Ambos os assuntos terão desdobramentos. Os candidatos mesmo quando
tratavam de educação e de saúde, não dispensaram a estratégia de desconstruir a
tese adversária. Ora, Aécio argumentava que Dilma estava sendo oposição, quando
falava em governo de novas mudanças, sem apontá-las. Ora, Dilma argumentava que
Aécio era situação, ao também querer a paternidade do Programa Bolsa Família. Em
resumo, o debate foi chato. Aguarda-se o último debate, na TV Globo, como o
mais decisivo.
O Instituto Datafolha apresentou
empate técnico, nas enquetes dos dias 14 e 15 deste mês, estando Aécio com 45%
das intenções de votos e Dilma com 43%. No caso dos votos válidos, o resultado
seria 51% a 49%. Foram ouvidos 9.081 eleitores. O IBOPE, que ouviu mais de
2.000 eleitores, demonstrou os mesmos números do Datafolha, nas duas
circunstâncias. Enfim, empate técnico. Isto é, a situação está indefinida nas
pesquisas citadas.
A ausência continuada nos
discursos deles é a falta de um planejamento estratégico, de quatro anos de
governo, para a retomada do crescimento econômico sustentável.
Desde que foi criado o sistema de
planejamento brasileiro, no período de 1949 a 1979 o País cresceu a taxa média
anual superior a 6%. Nenhum país do mundo cresceu tanto, em tanto tempo,
naquela época. Porém, as crises do petróleo obrigaram ao Brasil recorrer ao
FMI, cujo receituário ortodoxo levou à recessão dos anos de 1980, a chamada
“década perdida”. De 1979 para cá não se teve mais um período longo de
crescimento sustentável. As taxas de incremento do PIB estiveram oscilando em
torno de 2% em média anual, devido à volta as altas taxas de inflação, ultrapassando
aquelas de 1964 e chegando a hiperinflação. Mediante Plano Real, em 1994, a
economia brasileira se estabilizou. A era FHC obteve a taxa média anual de 2,3%
de aumento do PIB. A era Lula elevou essa média para 4% anuais.
O atual mandato de Dilma deve
registrar expansão de apenas 1,6% em média anual, no período 2011-2014,
enquanto isto o mundo vem crescendo à taxa de 3,5% e os grandes emergentes
(BRICS) a 5,1% anuais médios. Portanto, a explicação da equipe econômica de que
o mau desempenho se deve exclusivamente à conjuntura internacional não procede
em face das suas melhores taxas de incremento do PIB. Dessa forma, as
explicações do FMI de que se devem às causas internas fazem sentido. Vale
dizer, há ineficácia da política econômica.
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