19/10/2014 - DESACELERAÇÃO NA GERAÇÃO DE EMPREGOS
Em setembro, a geração de
empregos, na comparação com o mesmo mês de 2013, conforme os dados do Cadastro
Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) se reduziram em 41,35%. No geral,
foram criados 123.785 postos de trabalho com carteira assinada. Foi o pior
resultado para setembro desde 2001. Na avaliação do ministro do Trabalho,
Manoel Dias, o resultado de setembro deveria ser considerado um “sucesso”. Ele
declarou que há uma “má vontade” de dizer que os números são negativos. “Eles
são positivos: são 123 mil novos empregos. O Banco Mundial levantou que há 100
milhões de desempregados na zona do Euro”. Referido ministro, como deputado
federal, escolhido por conveniências da base aliada, em permanecer no poder,
não é um técnico em mercado de trabalho e para exercer o seu cargo não tem a
devida competência. O que tem a ver diretamente o Brasil com a zona do Euro,
para a sua citação ser relevante ou explicativa? Depois, o recuo de 41,35% é o
não um fato? É ou não é uma desaceleração? Afinal a economia brasileira,
prevista pelo Banco Central crescerá menos de 0,23%. Quem foi que falou que
eram números negativos? Inclusive 2001 foi governo de outro presidente (FHC)
que não era o seu aliado.
Observando as declarações da
presidente Dilma em seus quase quatro anos de mandato, ela sempre afirmou
reiteradamente “eu criei mais de um milhão de empregos por ano”. Não há nenhuma
explicação comparativa com o crescimento da população global ou da população
economicamente ativa, aquela que está apta a trabalhar ou com os desempregados.
Por que só usa as estatísticas do CAGED, quando ele possui números grandiosos?
Dessa forma, o Brasil possuía em
2013, em torno de 200 milhões de habitantes. Sendo o Brasil um país emergente
ou um país de renda média, onde ainda a maior parte da população é de jovens,
embora venha cada vez reduzindo o número deles, o incremento anual da população
está por volta de 1,4%. Ou seja, 2,8 milhões de pessoas em média anual. Qual é
o cadastro de reserva de trabalhadores? Considerando desemprego de 5%, ele
seria de 10 milhões. Portanto, a criação de empregos no Brasil deveria ainda
ser expressiva e não somente dizer que ela é positiva, conforme ocorreu em
setembro de 123 mil. Ademais, criar mais de um milhão de empregos decorreu do
fato de que o desemprego era superior a 10% no início do século XXI. Ou seja,
mais de 20 milhões de pessoas.
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