20/01/2013 - ESTABILIDADE E CRESCIMENTO


 
Indubitavelmente, o Brasil depois de 1994, marco do Plano Real, tornou-se um país com estabilidade principalmente na sua economia. Antes, por muitas décadas, era um país instável, isto é, transitando de pequena taxa inflacionária, antes de 1950, para elevada, de 1960 em diante, para elevadíssima inflação, de 1980 em diante, processo que estava chegando à hiperinflação nos anos de 1990, corroendo fortemente os fundamentos econômicos. Porém, nos últimos 18 anos, as instituições passaram a ter credibilidade, os contratos são respeitados, existe democracia, isto é, alternância no poder, muito embora muitos vícios, defeitos, falhas e ausência de mais e melhores instituições se fazem sentir. O Brasil de quase duas décadas é considerado um país emergente, deixando a desejar um maior nível de crescimento econômico, para que seja reconhecido como país desenvolvido.
O consenso mundial é que o progresso é medido pelo PIB. Começando com FHC, em dois mandatos, fazendo o PIB igual a 100 x (1,023), este elevado à oitava potência, sendo 2,3% a taxa média anual de incremento do PIB, em oito anos, tem-se 1,1995. Vale dizer, o PIB cresceu 19,95% no seu período. Continuando com Lula, em dois mandatos, tomando-se 119,85 x (1,04), este elevado à oitava potência, sendo 4% a taxa anual de incremento do PIB, em oito anos, tem-se 1,3686, acumulado em 16 anos. Finalmente, considerando os dois anos de Dilma, pegando-se 1,3686 x (1,0185), este elevado à segunda potência, sendo 1,85% a taxa média de incremento do PIB do seu governo, tem-se 1,4197. Vale dizer que, em 18 anos de estabilização, o PIB evoluiu 41,97%.A taxa média dos 18 anos (41,97% dividido por 18 = 2,33%, voltou-se à taxa média da era FHC), o Brasil cresce pouco, para ser considerado em uma geração um país desenvolvido. A continuar assim, bem como de acordo com o bônus demográfico, que recentemente se iniciou, poderá ser desenvolvido em pelo menos duas gerações. Portanto, é urgente encontrar formas que levem ao incremento do investimento, para crescer mais rápido. O período de crescimento principalmente baseado no consumo já está se findando, até porque o crédito está dando sinais de que crescerá muito menos, assim como a classe média que era 36% em 1994, hoje está superior a 52% da população, não poderá dar saltos tão significativos como este.
Tomando emprestado de Élio Gaspari, colunista da Folha de São Paulo, que no dia 16 escreveu que “O Brasil vai bem, obrigado” (título do artigo), ele informa que, somente de 2005 a 2012, cerca de 42,5 milhões de novos clientes tiveram acesso ao crédito bancário. Para ele: “Nada disso teria acontecido sem Itamar Franco, que botou Fernando Henrique Cardoso no Ministério da Fazenda, sem o Plano Real e os oito anos de FHC no Planalto, sem Lula, que abriu o crédito para o andar de baixo, ou sem Dilma, que forçou a baixa dos juros. Melhor assim”. Parabeniza ele os presidentes do pós Plano Real. Entretanto, está se esgotando o modelo via incremento rápido de crédito, ganhos reais do salário mínimo e reforço dos programas sociais, devendo urgentemente ser revigorado o modelo via elevação da taxa de investimento.

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