01/01/2013 - DESAFIOS DE 2013
O governo federal chegou à metade
do seu mandato com um desempenho econômico medíocre, não obstante a
popularidade da presidente Dilma tenha alcançado 80%. A tendência de dois anos
agora finalizados é o caminho para a recessão. Nesta perspectiva, a equipe
econômica tem que apresentar sinais claros de que rumo seguirá na segunda
metade do atual mandato, visando reverter essa tendência. Começa agora o embate
político aberto, visto que dois candidatos já se colocam na disputa pela presidência
com ela. Trata-se do senador Aécio Neves (PSDB) e do governador de Pernambuco,
Eduardo Paes (PSB). Correndo por fora, o ex-presidente Lula sempre se insinuou.
Qualquer candidato dentre os quatro prováveis terá que adotar um discurso de
confiança. Porém, que não seja somente de elevar o salário mínimo real, de
programas assistencialistas, de manutenção do nível de desemprego tão baixo.
Mas, sobretudo, de gerar confiança para que os investidores realizem novos
projetos.
Não esperava o atual governo que
houvesse um revés tão grande. Isto é, um pibinho de menos até de 1%, neste ano,
conforme o boletim Focus do próprio Banco Central, que ausculta semanalmente o
mercado e divulgou ontem que está previsto em 0,98%. Os fatos têm acirrado as
desconfianças dos investidores, trazendo novos questionamentos sobre a
eficiência das medidas de política econômica adotadas, visto que o quadro é bem
diverso de dois anos atrás. Redução de IPI em segmentos como automóveis, que
bateu recorde de vendas de 3,600 milhões, da linha branca de eletrodomésticos,
além da desoneração da folha de pagamentos de dezenas de segmentos industriais,
não foram medidas de caráter global, para gerar confiança dos empresários. Redução
dos juros para os níveis mais baixos já verificados não reativaram a economia. Pacotes
de concessões de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos são tímidos. Para as
parcerias público-privadas criou estatais para acompanhá-las, quando não para
discipliná-las. Uma estatização semelhante à da era de Geisel, segundo seus
críticos do PSDB. Não chega a tanto. A segunda, de que o governo quer reduzir o
custo de produção no Brasil, a partir da redução das tarifas de energia
elétrica. Mas, só a partir de março deste ano e em percentual (16%) menor do
que prometeu (20%). O cenário de dúvidas terá de ser vencido com medidas
econômicas de caráter geral, tal como as reformas trabalhista, sindical,
tributária, política, administrativa, dentre outras.
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