16/01/2013 - CONTAS DE LUZ



No ano passado a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), o mais forte órgão do empresariado brasileiro, intensificou campanha, principalmente na televisão, sobre o chamado ‘custo Brasil’, batendo forte com respeito ao elevado gasto industrial com energia elétrica, um dos cinco maiores do mundo. Por oportuno, em face de a pressão maior vir de São Paulo, justamente onde o esforço do PT foi o de ganhar a eleição municipal, como de fato aconteceu, o governo federal resolveu rever as concessões que venceriam ainda nos próximos anos, objetivando renová-las agora em janeiro, por mais 30 anos, mas reduzindo as contas de luz para empresas e famílias. As contas para as empresas comerciais e industriais cairiam até 28% e para as famílias por volta de 16%. Quanto maior o consumo, maior o desconto. No conjunto de grupos de empresas e de famílias a taxa média seria de redução de 20%. Dessa forma, a presidente Dilma sancionou a Lei 12.783, que prorroga as concessões do segmento elétrico com a referida redução de custos. A perspectiva é de que a energia mais barata pese menos na inflação em 2013. Contudo, a seca do ano passado, ainda não findada, pressionou o preço dos produtos agrícolas e vem jogando a inflação para cima. Além do mais, está previsto reajuste nos preços dos combustíveis nas próximas semanas, em não menos de 7%, descongelando os preços nas refinarias, que vinham comprimidos desde 2005.
No cenário de seca prolongada, em que estão acionadas quase todas as termelétricas, haverá um custo adicional de energia, justamente agora quando os preços cairão nas contas de março. Claro que haverá uma compensação nas contas e atingirá mais as empresas. Sem dúvida, isto também irá arrefecer o efeito de reduzir a inflação.
No quadro geral, a redução do ‘custo Brasil’ poderá melhorar o desempenho do PIB. Entretanto, para que os empresários se disponham a investir conforme propõe o governo federal serão necessárias colocar em pauta as reformas prometidas na eleição presidencial de 2010, principalmente a de cunho tributário.

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