29/12/2012 - LEÃO QUE RUGE

Este ano representou um pífio crescimento da economia, por volta de 1%, com o governo também não alcançando a meta da inflação de 4,5%, embora tenha ficado dentro do viés de alta de 2%. Isto é a inflação oficial cravou 5,8%, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor no Atacado (IPCA), baseada pelo IBGE, como índice preliminarmente divulgado. Já o Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), calculado pela Fundação Getúlio Vargas atingiu 7,82%. O primeiro é uma cesta de quase 500 produtos acompanhados semanalmente. O segundo é o indicador que reajusta contratos de aluguéis. Todos os dois fecharam o ano com tendência de alta. Após o Plano Real (1994) o controle da inflação vem se dando pelo Banco Central, aquele mesmo que regulamenta o câmbio. Dessa forma, o câmbio vem sendo valorizado, com poucos momentos de desvalorização. Tal prática de mais de 17 anos, manteve bem comportado o vetor de preços importados e muito tem contribuído para a baixa taxa inflacionária. Diretamente, os preços dos bens importados afetam 30% dos bens da cesta do IPCA. Direta e Indiretamente, por volta de 60%. Neste ano, o real se depreciou quase 20% e evidentemente isto trouxe a inflação para muito acima do centro da meta. Intervenções do Banco Central, comprando moeda estrangeira, comprimiram o dólar na faixa de R$2,00 a R$2,10.
Eis que as medidas de incentivos fiscais não produziram os resultados esperados. A indústria poderá recuar este ano por volta de 2,5%. Impacientes, após mais de 17 anos, os industriais de exportação pressionam o governo para uma desvalorização em torno de 25%, levando o preço do dólar a R$2,40. Com isso, ainda, argumentam que o real continuará valorizado. O Ministro da Fazenda se mostrou até simpático à idéia. Porém, o Banco Central tem intervido para o dólar não passar muito de R$2,00. O fato é que a quebra de braço dentro da equipe econômica não deverá levar a tamanha desvalorização do real. Caso isso aconteça a inflação sairá do controle, visto que 25% terá grande repercussão na taxa inflacionária. Referido filme, muitas vezes visto há poucos anos atrás, embalou a inflação é deixou o País desestabilizado por cerca de trinta anos. Este é o leão que ruge. É a fera que não pode voltar a gritar como fazia em passado de mais de 17 anos atrás.

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